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Ler é Bom, Vai | A Saga do Monstro do Pântano, por Alan Moore – Bichos-Papões

Os assassinos seriais são parte da cultura americana. Então é claro que Alan Moore colocaria eles na saga do Gótico Americano, do Monstro do Pântano. “Bichos-papões” (publicada originalmente em The Saga of the Swamp Thing #44, de janeiro de 1986) vai preparando o terreno para o final da saga. E para a crise. A arte desta edição ficou com Stephen Bissette, John Totleben e Ron Randall.

Enquanto o Monstro do Pântano faz uma visita inesperada a Abigail Cable, John Constantine visita Steve Dayton, o Mento da Patrulha do Destino. Eles vem os céus vermelhos, e se encontram com o Batman, que pede para ambos se cuidarem. A Crise nas Infinitas Terras se aproxima.

Um homem misterioso, que se auto intitula um bicho-papão, faz uma vítima e a joga no pântano. Ele se lembra dos olhos de todas as pessoas que matou. E começa a história com 164 vítimas. A história é sempre na primeira pessoa, com a visão dele no mundo. E vai até seu encontro com o Monstro do Pântano, que descobrimos ser uma presença aterradora e inumada.

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A bandeira americana pingando sangue, igual a de Colecionadores

O legado de “Bichos-papões”

Em Sandman, de Neil Gaiman, um fã dos assassinos seriais usou a identidade de Bicho-papão para tentar entrar na reunião deles em “Colecionadores“, durante o arco “Casa de Bonecas“. Essa fixação com assassinos serias também aparece na revista Hellblazer, durante o arco “Homem de Família“, de Jamie Delano. A própria ideia de reuniões de assassinos é apresentada aqui, em “Bichos-papões”.

Toda a saga do Gótico Americano é sobre a verdadeira face dos Estados Unidos. Assassinos seriais são parte da cultura pop e do imaginário americano, são realmente bichos-papões. O personagem até brinca que é uma pena que os que ganham notoriedade são justamente os piores, enquanto os bons conseguem chegar no terceiro dígito.

Interessante que esta e “E o vento trouxe” foram duas edições em um formato bem diferente. Não foi o Monstro do Pântano sendo levado por Constantine até um monstro, como “A maldição“, “Águas paradas” e “Mudanças sulistas“. Nesta edição o monstro esbarra acidentalmente no Monstro. O objetivo é mostrar que, o que quer que está causando isso, está agravando cada vez mais a situação. As criaturas das trevas estão a solta pelos Estados Unidos.

“Bichos-papões” termina com uma reflexão do Monstro do Pântano, um excelente texto de Alan Moore. Aqui vai um trecho:

 “Constantine me conduziu… por terras ruins… prometendo conhecimento, mas entregando… apenas horrores. Horrores… que não podem ser enterrados… esquecidos… ou deixados para trás. Haverá algum padrão… que eu deva distinguir… nesse insano desfile de atrocidades? Ou alguma verdade… a ser adivinhada… pela leitura das vísceras da América?” 

Próxima edição: Dança dos fantasmas

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