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Ler é Bom, Vai | A Saga do Monstro do Pântano, por Alan Moore – Dança dos Fantasmas

A jornada do Monstro do Pântano pela escuridão no Estados Unidos chega ao fim. “Dança com fantasmas” (publicada originalmente em The Saga of the Swamp Thing #45, fevereiro de 1986) fala sobre a violência americana. A violência causada pelas armas. O roteiro é de Alan Moore, com arte de Stan Woch e Alfredo Alcala.

Dois casais decidem visitar uma mansão mal assombrada. Uma casa de madeira gigantesca, construída por Amy Cambridge, herdeira dos rifles Cambridge. Os fantasmas de todas as pessoas mortas por essas armas pedem que ela faça uma casa gigantesca, para que todos os mortos possam morar lá.

“O som dos martelos não pode parar”, os espíritos exigiam.

Os casais David e Linda, e Rod e Judy decidem se aventurar na casa. O problema é que David é o único que sabe que a construção, por ter sido ideia de fantasmas – ou de uma mulher louca, o que seria esperado – não faz muito sentido. É um labirinto, com quartos que não dão a lugar nenhum, portas que dão para a rua e outros problemas sérios. E perigosos.

O problema é que sim, a casa é mal assombrada. Pelos fantasmas de todos que os rifles Cambridge mataram. São homens e mulheres que têm sua história brevemente narrada. Três a cada cinco mortos são nativos americanos. Um sem fim de animais caçados também. Todos eles estão despertos, esperando seu momento de acordar.

O legado de “Dança dos fantasmas”

O conteúdo de “Dança dos fantasmas” é bastante a favor do controle de armas. A liberdade dos americanos em possuir armas é vista como a causa de todas essas mortes infundadas. Alan Moore cria uma ideia de desperdício dentro da mansão Cambridge. Parece que as mortes causadas foram todas desnecessárias, idiotas. Aconteceram só porque alguém tinha uma arma ao alcance em um momento que não devia. Não é preciso dizer que o conteúdo desta edição foi um dos mais criticados em toda sua passagem no Monstro do Pântano.

O plot twist o final, quando a situação já está resolvida, também é um ponto muito forte no argumento de que armas precisariam estar longe das pessoas. Depois de tudo que aconteceu com um personagem, ele ainda pode comprar uma arma, que vai usar para satisfazer seus desejos de vingança. Quase como Alan Moore perguntando “é isso mesmo que vocês querem?”.

“Dança dos fantasmas” termina a viagem do Monstro do Pântano pelos Estados Unidos. Ele aparece de maneira bem breve nesta edição, quase no final. Fica claro que Alan Moore queria contar uma história, e a revista do monstro foi só uma desculpa. Essa história, inclusive, é baseada no temos da herdeira do império Winchester.

Não deixa de se interessante o fato de Alan Moore entre tantos temas importantes, como o racismo em “Mudança sulistas“, as drogas de “E o vento trouxe” e o machismo de “A maldição” e os assassinos seriais em “Bichos-papões“, ele deixar a violência com armas para fechar. Seria porque ele considera ela a mais grave de todas? É uma possibilidade.

Próxima edição: Revelações

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