A Sociedade da Neve | Crítica A Sociedade da Neve | Crítica

A Sociedade da Neve | Crítica

Divulgação/Netflix

A Sociedade da Neve é uma poderosa e autêntica adaptação do trágico acidente do voo 571 da Força Aérea Uruguaia, proporcionando uma experiência cinematográfica que se destaca pela sua fidelidade aos eventos reais ocorridos em 1972. Diferente de outras representações, como o filme Vivos de 1993, este longa produzido pela Netflix e dirigido por J.A. Bayona concentra-se na verdade dos acontecimentos, afastando-se de dramatizações desnecessárias.

A Sociedade da Neve | Crítica

Ao contrário de Vivos de 1993, que, embora seja um ótimo filme, opta por representar sul-americanos com atores americanos, A Sociedade da Neve escolhe um elenco inteiramente espanhol, o que adiciona autenticidade à narrativa. A semelhança entre os atores e os passageiros reais é notável, proporcionando uma imersão ainda mais profunda na história.

Na trama, o voo 571 da Força Aérea Uruguaia, fretado para levar um time de rugby ao Chile, caiu no coração dos Andes. Apenas 29 dos seus 45 passageiros sobreviveram ao acidente. Presos num dos ambientes mais hostis e inacessíveis do planeta, eles têm que recorrer a medidas extremas para permanecerem vivos. No meio do nada, o grupo de sobreviventes decidem se alimentar da carne humana dos passageiros que faleceram para não morrerem de fome.

O filme retrata os 72 dias angustiantes vividos por um grupo de jovens uruguaios após o desastre aéreo. A decisão extrema de recorrer ao canibalismo para sobreviver é apresentada de forma crua, mas sem melodrama, mantendo a autenticidade dos eventos. Essa escolha narrativa é respaldada pela adaptação do livro homônimo do jornalista uruguaio Pablo Vierci, que vai além do choque inicial, explorando temas como esperança, fé e a incrível força de um grupo em situações extremas.

Os protagonistas, interpretados por um elenco desconhecido do público, entregam performances notáveis, destacando-se Matías Recalt como Roberto Panessa e Agustín Pardella como Nando Parrado. A narrativa, centrada na luta pela sobrevivência, é habilmente conduzida, narrada por Enzo Vogrincic, interpretando Numa Turcatti, um dos passageiros que deposita sua fé na eventualidade do resgate.

Do ponto de vista técnico, A Sociedade da Neve brilha com uma montagem competente e uma fotografia impressionante, capturando efetivamente a morbidez e a sensação de vazio dos Andes. A produção, representante da Espanha na categoria Melhor Filme Internacional no Globo de Ouro, busca merecidamente uma vaga no Oscar de 2024.

O filme é respeitoso ao creditar todos os passageiros, desde aqueles que perderam a vida até os sobreviventes, proporcionando um tributo adequado a cada indivíduo envolvido nessa trágica história.

A Sociedade da Neve transcende a tragédia, revelando o melhor da humanidade ao encontrar forças nos momentos mais desafiadores. Uma jornada emocionante e obrigatória para aqueles que buscam uma experiência autêntica e tocante.

5

EXCELENTE

A Sociedade da Neve transcende a tragédia, revelando o melhor da humanidade ao encontrar forças nos momentos mais desafiadores. Uma jornada emocionante e obrigatória para aqueles que buscam uma experiência autêntica e tocante.