A Saga do Monstro do Pântano, por Alan Moore - Descida Entre os Mortos A Saga do Monstro do Pântano, por Alan Moore - Descida Entre os Mortos

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Uma das mais celebradas edições da Saga do Monstro do Pântano. Em The Saga of the Swamp Thing Annual #2 (janeiro de 1985), Alan Moore decide brincar de Dante Alighieri. Depois da morte de Abigail Cable e Anton Arcane, e a ressurreição da primeira devido ao sacrifício de seu marido Matthew Cable, o Monstro do Pântano precisa procurar sua alma. A edição conta com arte dos artistas oficial do título, Stephen Bissette e John Totleben.

O Monstro do Pântano precisa descobrir onde está a alma de Abby, que Arcane alegou enviar para o tormento eterno em “Auréola de Moscas“. Então ele abandona seu corpo terreno, tal qual fez em Empantanado“, e começa a decida até encontrar o pós-vida. Em seus esforços ele encontra e conversa com o Desafiador, que agora parece coordenar o recém-morte, ajudando os espíritos a tomarem seu rumo devido.

É com ajuda do Vingador Fantasma que ele chega até o Paraíso. Lá, se reencontra com Alec Holland, que se libertou e pode ascender devido aos acontecimentos em “O Enterro“. O Monstro do Pântano tem a oportunidade de reencontrar Linda, quem ele pensou ser sua esposa, mas prefere não. Eles depois se encontram com o Espectro, que permite ao Monstro descer até o Inferno atrás de Abby. É Etrigan, o demônio em “O sono da razão…” que vai ser guia nesta parte.

Entre as figuras encontradas estão o próprio Arcane, morto em “Balé de enxofre“. Mas Abby é encontrada e tudo dá certo, no fim. É, de maneira merecida, um clássico do personagem.

“As pessoas pensam que são elas que dão forma às histórias, mas não raro o que ocorre é o inverso”.

 

O Legado de “Descida entre os mortos”

Como é um anual, o número de páginas da história é bem maior. Essa edição é bem longa e se tornou um clássico, uma das mais marcantes histórias de Alan Moore no Monstro do Pântano. Isso aconteceu porque ele resolveu fazer sua própria Divina Comédia. O viajante passa pelo Purgatório, Paraíso e Inferno, sempre com ajuda de algum conhecido. A diferença que ao invés de mitos cristãos, são os personagens da DC Comics os guias.

O Espectro é uma criação de Jerry Siegel – um dos criadores do Superman – e de Bernard Baily, e foi criado em 1940. Era parte da Sociedade da Justiça. O policial Jim Corrigan voltou da morte com o dever de punir almas corruptas. Aqui, ele parece quase uma figura divina, julgando o bem do mal.

O Vingador Fantasma foi criado em 1952 por John Broome e Carmine Infantino. Se tornou um personagem misterioso, nunca com sua origem explicada, mas aparecendo as vezes em títulos da DC.

O Desafiador, personagem mais recente, foi criado por Arnold Drake e Infantino em 1967. O trapezista Boston Brand que virou um fantasma para ajudar a justiça. Apareceu em várias histórias, principalmente do Batman.

Etrigan, o Demônio, por Jack Kirby em 1972. O mago Jason Blood se torna o demônio, que Alan Moore tornou rimador. Teve seus quadrinhos relançados recentemente pela Panini Comics.

Esses personagens todos estavam esquecidos tanto pela DC quanto pelos leitores, quando Alan Moore decide resgatá-los. Eles seriam muito usados em outras obras do selo Vertigo, no futuro, como em Hellblazer e em Sandman. Esses personagens vão todos aparecer novamente no próprio Monstro do Pântano, quando a história faz tie in com Crise nas Infinitas Terras.

Essa é uma história extremamente séria e adulta, que fala sobre a vida após a morte, religião, demônios e fantasmas. Certamente não seria aceita pelo Comics Code Authority, portanto está novamente com o selo de Suspense Sofisticado.

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