A Saga do Monstro do Pântano, por Alan Moore - Empantanado A Saga do Monstro do Pântano, por Alan Moore - Empantanado

Ler é Bom, Vai | A Saga do Monstro do Pântano, por Alan Moore – Empantanado

O que você pode fazer depois que faz uma das maiores revelações da história dos quadrinhos? Segue daí e começa a criar uma mitologia ainda maior e antes impensada. Alan Moore (Promethea, Providence) segue a todo vapor na Saga do Monstro do Pântano. Publicada em The Saga of the Swamp Thing #22 (março de 1984), Empantanado segue com arte de Stephen Bissette e John Totleben.

Matthew e Abigail Cable buscam pelo Monstro do Pântano na Louisiana, depois deles se separarem em “Pontas Soltas“. Eles tem um choque quando o encontram. Os olhos e a boca cheia de água, raízes no chão, insetos e frutos crescendo nele. Eles pensam que ele morreu.

O doutor Jason Woodrue aparece e explica que não. Que este é um estado psicológico causado pelo choque da revelação em “A lição de anatomia“. Sendo uma planta, aparentemente o Monstro do Pântano decidiu que vai viver como uma planta.

Fica claro na sequência que Woodrue não está realmente preocupado com o Monstro, e sim quer se aproveitar dele. O Monstro do Pântano tem uma ligação com a vegetação local, e Woodrue quer usar isso para ele mesmo se tornar uma planta. Conhecer esse maravilhoso mundo verde.

Em sua cabeça, o Monstro do Pântano está cercado de criaturas bizarras, em situações que não fazem sentido. Ele está acompanhado de Linda Holland, a esposa de Alec (quem ele pensava ser). Porém descarta ela quando é oferecida a ele a humanidade.

Retratada como um esqueleto, e depois apenas um crânio, ela fica provocando e debochando do Monstro do Pântano. Até que ele desiste, percebendo que mesmo essa humanidade é uma ilusão.

O Homem Florônico entra em contato com o Verde, através do Monstro do Pântano. A experiência não sai conforme o planejado.

“A relva lá fora… Estendedo-me num milhão de de setas prateadas, ameaçando a luz e… as árvores! Eu… sou… as árvores. Uma jiboia de musgo pende ao redor dos meus ombros. Sinto o intrincadogênio da lianas… a imensa sabedoria imemorial… das… sequoias? Mas… a que… distância… fica a sequoia… mais próxima? Que distância alcancei? Ate o norte da California? Certamente estou… ressecando com uma papoula amarela do ártico, na encontra norte do Alasca. Que frio. Então… NÃO! CHEGA!”

O choque psicológico de “entrar no Verde” é muito forte, e parece que Woodrue perde a razão.

A Saga do Monstro do Pântano, por Alan Moore - Empantanado
A luta espiritual do Monstro do Pântano

O legado de “Empantanado”

Depois de alterar a percepção do Monstro do Pântano em relação a si, depois Alan Moore decide mudar a percepção dele – e do leitor – em relação ao mundo todo. Surge o conceito do Verde.

Agora a natureza é uma entidade ligada entre si. As plantas são parte de uma consciência coletiva, que o Monstro do Pântano consegue acessar. Não importa a distância, ou o tempo. Tudo é conectado.

Essas ideias é claro que vão ao encontro do perfil esotérico de Alan Moore. Ele começa a colocar suas ideias esotéricas no personagem, mas é um conceito que vai se integrando de maneira orgânica. Você fica realmente com sensação que sempre esteve ali, você (e o Monstro do Pântano) apenas não sabiam.

Mais coisas vão acontecer dessa maneira na história, parece que Alan Moore decidiu, com calma, inserir novos conceitos, um a um, para dar tempo dos leitores se habituarem com eles.

Não se esqueçam que isso é um quadrinho de linha da DC Comics. Daqui há pouco vão aparecer umas figuras conhecidas.

Próxima edição: Outro mundo verde

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