A Saga do Monstro do Pântano, por Alan Moore - Pontas Soltas A Saga do Monstro do Pântano, por Alan Moore - Pontas Soltas

Ler é Bom, Vai | A Saga do Monstro do Pântano, por Alan Moore – Pontas Soltas

Uma das principais fases de um personagem nos quadrinhos mundiais. Assim podemos definir a passagem do escritor britânico Alan Moore (Watchmen, V de Vingança) pela revista A Saga do Monstro do Pântano. Sua primeira chance do lado de cá do Atlântico, o mago de Northampton não decepcionou e começou já abalando a história do personagem. Tudo começou com “Pontas Soltas“, história publicada em The Saga of the Swamp Thing #20, publicada em janeiro de 1984. Roteiro de Moore, arte de Dan Day e arte-final de John Totleben.

Essa história em particular é o fechamento do que fora feito até então pelo roteirista Martin Pasko. Acontecera uma luta final contra o mago Anton Arcane e Alec Holland, o Monstro do Pântano, saíra vencedor. Resta a ele contemplar o que será de sua existência agora, já que seu nêmesis não existe mais. Moore fica batendo nessa tecla, de como ambos são opostos que se completam, enquanto um se tornou um monstro e busca ser humano, o outro abriu mão de sua humanidade em busca de poder.

“É um… mundo novo Arcane. Cheio de… shoppings, iluminação dirigida, e telas de computador. Os cantos escuros perdem espaço… um pouco mais a cada dia. Somos das sombras, você e eu…, e não há mais tanta sombra… quanto antigamente”.

Enquanto Holland continua nesse diálogo interno, os outros coadjuvantes começam a serem postos em seu lugar. Lizabeth Tremayne e Dennis Barclay discutem o que aconteceu entre eles na noite anterior. O casal Matthew e Abigail também, enquanto o primeiro revela estar curado das ilusões que trouxeram tanta desgraça.

O general Sundarland usa o exército para atacar o pântano. Durante o ataque os personagens acabam sofrendo danos e o  Monstro do Pântano termina morto.

A Saga do Monstro do Pântano, por Alan Moore - Pontas Soltas
A capa original de Pontas Soltas

O legado de Pontas Soltas

Sim, na primeira edição de seu primeiro gibi americano, Alan Moore simplesmente matou o protagonista, entre terminar com outras tramas criadas por Pasko, bem como alterar alguns personagens.

A maneira com que ele posiciona os personagens é muito hábil. Matt demonstra que está dominado pela bebida, e que consegue agora controlar as ilusões que o atormentavam, mas nada diz para Abby. Liz fica fragilizada pelo ataque do exército, e Dennis decide usar isso para dominá-la, já que ela não queria ficar com ele antes.

Pontas Soltas ficou muitos anos sem aparecer nas coleções que reuniam a fase do Moore no Monstro do Pântano. Por ser o “fechamento” da fase do Pasko, sempre foi considerada uma história menor. Felizmente a coleção que Editora Panini Comics publicou no Brasil consta a história.

Essa história ainda se passava no universo da DC Comics, muito antes do selo Vertigo ser criado, o que separaria os dois mundos.

Esse é o início de uma das mais viscerais sagas dos quadrinhos, que deu a Moore o status de gênio. Tudo começou aqui, em Pontas Soltas.

Próxima edição: A lição de anatomia

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