Vingadores: Ultimato encerra o ciclo dos seis vingadores originais no MCU. Na seção Parte da Jornada é o Fim!, contaremos a trajetória de cada herói durante os 11 anos e 22 filmes nas três fases de universo Marvel. Hoje a seção é dedicada a Thor, o Deus do Trovão.
[ATENÇÃO – Esse texto contém SPOILERS de Vingadores: Ultimato!!!]
O início de Thor no MCU não foi dos melhores. O longa dirigido por Kenneth Branagh em 2011 tinha a proposta de seguir o viés dramático do personagem destinado a se tornar o Rei de Asgard. Mas não funcionou. Chris Hemsworth não se encaixou no papel, embora apresentasse carisma e não decepcionasse nas cenas de ação. Além disso, o visual extremamente oxigenado do herói e os figurinos extravagantes contradiziam o dramaticidade que a narrativa exigia.
Assim o futuro do herói no universo era duvidoso para uma sequência. A sorte virou quando Thor se junta aos Vingadores em 2012 e o personagem se encaixou nesse universo. Joss Whedon percebeu a veia cômica de Hemsworth e soube utilizar com eficiência no filme dos heróis mais poderosos da Terra. O visual do personagem foi mexido para nossa alegria e deixou o herói com o visual bem semelhante ao universo Ultimate, que serviu de base para a criação da Marvel Studios.
E o principal. Pela primeira vez, em Os Vingadores, Thor foi o ser poderoso que faltou no filme solo. E nesse filme, Whedon trabalha com mais eficiência o dilema do asgardiano, que precisa lidar com a inveja e tirania do irmão Loki e o destino de ser o Rei de Asgard.
Quando está na Terra, é nítido que Thor se sente mais leve, se diverte com os novos amigos e até arrisca um romance com Jane Foster (Natalie Portman). Esse ponto é crucial para o seu desfecho em Vingadores: Ultimato.
Com o sucesso do primeiro Vingadores, Thor: O Mundo Sombrio (2013) é lançado sob uma nova direção. Sai Kenneth Branagh e entra Alan Taylor, diretor conhecido por comandar episódios de Game of Thrones. A proposta era de um filme mais focado em Asgard e com batalhas de tirar o fôlego.
Foi mais um filme mediano e que não se encontra na narrativa. O que segurou o filme e manteve o público interessado foi a presença do éter, a terceira joia do infinito a ser apresentada no MCU. E claro, Tom Hiddleston mais uma vez rouba a cena como Loki, assim como foi no primeiro filme.
O herói ganha novamente sobrevida em Vingadores: Era de Ultron (2015), dirigido outra vez por Joss Whedon. Contudo, o terceiro filme do herói estava quase descartado.
Eis que surge Taika Waititi, diretor de filmes indie que fez a lição de casa antes de assumir a direção de Thor: Ragnarok (2017). Ele observou o que funcionou e o que derrapou com Thor. O cineasta foi o que mais soube aproveitar o carisma de Chris Hemsworth, fazendo do herói um personagem divertido sem torna-lo bobão. E Waititi aproveita todo o potencial de Thor nas cenas de ação. Foram as melhores cenas do herói até Vingadores: Guerra Infinita e Vingadores: Ultimato.
Alguns encararam Thor: Ragnarok como um filme de comédia, mas é o longa mais sombrio da Marvel Studios. Thor lida com a morte de Odin, tem seu martelo destruído pela irmã Hela, perde um dos olhos, muitos de seus amigos morrem e vê Asgard sendo destruída ao final do filme.
Sob comando dos irmãos do Russo em Vingadores: Guerra Infinita, Chris Hemsworth se encontrou como Thor. É o filme de maior peso dramático para o asgardiano. Depois de presenciar Loki e Heimdall serem assassinados por Thanos, o herói sente medo. Toda a confiança que sempre demonstrou ao longo da jornada é utilizada neste filme como mecanismo de defesa facilmente notada por Rocket quando questiona se ele está preparado para enfrentar Thanos novamente. Enquanto sorri e tenta passar confiança para si mesmo e para Rocket, Thor deixa lágrimas escorrerem e pela primeira vez sentimos o seu lado humano.
Thor seria a salvação para derrotar Thanos com a criação do Rompe Tormentas. Sua sequência em Wakanda, além de espetacular, é a esperança de que o vilão não teria chance. Mas o asgardiano comete o erro em deixar o titã ferido no peito estalar os dedos.
Em Vingadores: Ultimato, Thor tenta se redimir do erro, mas já é tarde demais. As Joias do Infinito estão destruídas e as chances de trazerem os amigos de volta foram para o ralo.
O filme mostra cada vingador lidando com o luto de uma forma. Alguns tentam seguir em frente, mas todos na verdade estão se enganando. A saída de Thor é se afogar no álcool e na comida. Seu visual barrigudo, desleixado e parecendo O Grande Lebowski soa engraçado, mas na verdade é assustador. Ele está em depressão e Bruce Banner percebe isso. Mesmo acreditando que não existe mais esperança em trazer os amigos de volta, ele aceitar ajudar os amigos porque ainda existe humanidade e heroísmo nele.
Thor se reencontra quando viaja no passado. Quando conversa com a mãe Frigga (Rene Russo), ele tem a chance de desabafar e se despedir da mãe. Todas as pendências do passado foram resolvidas nesse arco.
De volta para a batalha final contra Thanos, ele é novamente o herói corajoso decidido a dar um ponto final nessa história. Com a missão cumprida e todos seus amigos de volta, Thor sente pela primeira vez a liberdade. Toda a sua jornada nesses 11 anos foi moldada em deveres e o destino de ser o Rei de Asgard. “Tá na hora de ser quem eu sou e não o que esperam de mim”, diz Thor para Valquíria ao escolher a guerreira para liderar a Nova Asgard.
Thor encerra a jornada do MCU escolhendo o próprio caminho para trilhar. Entre altos e baixos no início, a Marvel Studios, Chris Hemsworth, Taika Waititi e os irmãos Russo encontraram o tom ideal do herói. Que venha os Asgardianos da Galáxia!
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