Vingadores: Ultimato encerra o ciclo dos seis vingadores originais no MCU. Na seção Parte da Jornada é o Fim!, contaremos a trajetória de cada herói durante os 11 anos e 22 filmes nas três fases de universo Marvel. Hoje a seção é dedicada a Bruce Banner, o Incrível Hulk.
[ATENÇÃO – Esse texto contém SPOILERS de Vingadores: Ultimato!!!]
Dos seis vingadores originais do MCU, Hulk era o único herói que teve um longa-metragem no passado (não estou contando a versão medonha do Capitão América na década de 80!). Foi lá em 2003 na versão de Ang Lee estrelada por Eric Bana. O filme não foi bem nas bilheterias, mas cinco anos mais tarde com o surgimento da Marvel Studios, o gigante esmeralda ganhou uma nova chance. Agora fazendo parte do universo Vingadores, O Incrível Hulk foi lançado em 2008, meses depois do sucesso Homem de Ferro. Comandado por Louis Leterrier, o longa foi estrelado por Edward Norton, que desde o início queria um tom mais sério para o filme, enquanto a Marvel Studios gostaria de um tom mais leve. O filme foi bem recebido pela crítica, mas ficou nítido a indecisão sobre o tom sério e humorado na narrativa.
As desavenças de Edward Norton durante as filmagens com o diretor Louis Leterrier e o produtor Kevin Feige resultaram na demissão do ator, que não viu o personagem ganhar o merecido reconhecimento do grande público quatro anos depois. Por indicação de Robert Downey Jr., a Marvel Studios escalou Mark Ruffalo para interpretar Bruce Banner em Os Vingadores (2012), o filme mais esperado daquele ano. Seria a primeira reunião de heróis com suas histórias sendo compartilhadas entre um filme e outro.
Ruffalo caiu como uma luva. O ator parecia um veterano no papel e sua sintonia com o elenco foi notória. Além de interpretar Bruce Banner, o ator fez a captura de movimentos do gigante esmeralda. Hulk se tornou o grande destaque em Os Vingadores e o herói caiu nas graças do público.
A partir daí, houve muita expectativa para um novo filme do Hulk. Várias ideias foram discutidas, mas Kevin Feige e sua equipe de criadores apostaram em deixar o personagem como coadjuvante nos filme solos de outros heróis. A ideia era evoluir o personagem, que ainda não era visto como um herói, mas uma ameaça para a sociedade.
A decisão foi acertada, porque Hulk era uma força incontrolável. Nem os próprios Vingadores eram capazes de segura-lo caso perdesse o controle. Em A Era de Ultron (2015), ficou claro que o herói era uma grande ameaça. Bruce Banner tinha noção disso e optou pelo exílio.
O gigante retornaria em Thor: Ragnarok (2017), que utilizou o arco Planeta Hulk mostrando o herói sendo um gladiador no planeta Sakaar. A partir daí, vemos os primeiros passos da evolução que Feige e cia estavam pavimentando para o personagem. O terceiro filme do Deus do Trovão mostrava um Hulk menos bruto e mais consciente. Era uma pista de que Bruce Banner teria no futuro o controle sobre o monstro.
Em Vingadores: Guerra Infinita, os irmãos Russo deram mais espaço para Mark Ruffalo. A derrota humilhante para Thanos na primeira sequência do filme amedrontou Hulk, que nunca tinha encontrando alguém capaz de medir forças e foi surrado com facilidade. Hulk demonstrou sensibilidade. Mais um sinal do controle e influência de Banner.
Os 5 anos após a primeira “derrota” de Thanos em Vingadores: Ultimato fez Hulk despertar. Com apenas metade do universo sobrevivendo, Hulk encontrou uma certa tranquilidade e Banner encontrou um meio de unir os dois como um só. Nasce então o Professor Hulk, a versão mais evoluída do personagem. De forma indireta, foi mais uma forma de exílio por parte de Bruce Banner após ter acompanhado a morte de vários amigos.
Quando surge a oportunidade de salvar os amigos voltando no tempo e criando uma nova manopla, o Professor Hulk encontra a oportunidade de se redimir após tantos fugindo e recluso. Pela primeira vez, Hulk se tornou o herói que buscava ser. E sem esmagar ninguém. Foi uma atitude nobre e altruísta do gigante ao dar o primeiro estalo e trazer de volta as vidas que Thanos tomou. Vingadores: Ultimato é um filme sobre escolhas e sacrifícios. E todos os seis vingadores se sacrificaram.
Hulk encerra sua jornada de 11 anos no MCU de um ser irracional para uma mente brilhante. A troca de atores não abalou e Mark Ruffalo provou ser a escolha ideal para o personagem e fez muita gente esquecer O Incrível Hulk em 2008.
Apresentado ao universo Marvel como protagonista ao ganhar seu próprio filme, Hulk foi “rebaixado” para coadjuvante e encerra A Saga do Infinito em ascensão com a possibilidade de integrar a Fase 4 mais imponente e, quem sabe, ganhando um novo filme solo. Possibilidades existem.