Yu Yu Hakusho - Primeira temporada | Crítica Yu Yu Hakusho - Primeira temporada | Crítica

Yu Yu Hakusho – Primeira temporada | Crítica

Divulgação/Netflix

A adaptação live-action de Yu Yu Hakusho chegou à Netflix, trazendo consigo a esperança de seguir os passos bem-sucedidos de One Piece na plataforma de streaming. No entanto, assim como a adaptação anterior, Yu Yu Hakusho também enfrenta desafios notáveis.

Yu Yu Hakusho - Primeira temporada | Crítica

Assim como One Piece, esta adaptação optou por enxugar a narrativa para dar mais ritmo à série. Embora essa escolha inicialmente eletrize os espectadores, ao longo dos episódios, a trama parece perder o fôlego gradualmente. A série deixa escapar alguns dos miniarcos marcantes que os leitores do mangá e fãs do anime dos anos 90 certamente sentirão falta.

A trama segue fielmente o enredo original do mangá de Yoshihiro Togashi, com Yusuke Urameshi ressuscitado, após salvar um garotinho de ser atropelado, como Detetive Sobrenatural para investigar casos envolvendo demônios e fantasmas no mundo humano. A primeira temporada abrange os 13 primeiros mangás e os 66 primeiros episódios do anime, focando nas sagas Detetive Espiritual e Torneio das Trevas.

O destaque do arco Detetive Espiritual vai para Takumi Kitamura, uma escolha acertada para o papel de Yusuke, retratando com sucesso o personagem marrento com um bom coração. No entanto, devido à natureza corrida da série, há desperdício de potencial em algumas relações, como a de Yusuke e Keiko Yukimura, que não convence totalmente. Personagens como Kazuma Kuwabara, Kurama e Hiei são subaproveitados, e a apresentação de Genkai é decepcionante, com uma das personagens mais importantes do mangá/anime tendo apenas alguns minutos em cena.

Os episódios que adaptam o Torneio das Trevas (3, 4 e 5) acabam por desperdiçar mais potencial, evidenciando que o orçamento não foi equivalente ao dado para One Piece. O torneio, que deveria ser empolgante, perde sua graça em relação ao material original, com os irmãos Toguro interpretados por Go Ayano e Kenichi Takito não conseguindo transmitir a imponência devido ao ritmo acelerado.

Se a adaptação de Yu Yu Hakusho peca no desenvolvimento de personagens, ela é uma explosão de nostalgia para os fãs que cresceram nos anos 90, trazendo consigo boa parte dos dubladores brasileiros originais. A decisão de manter as vozes familiares, como a marcante interpretação de Marco Ribeiro como Yusuke Urameshi e Miriam Ficher dando vida a Botan, sem dúvida, faz com que a preferência por assistir dublado seja irresistível. A cereja no bolo é a preservação das gírias brasileiras, incluindo clássicos como “Tô na área, se derrubar é pênalti” e “A rapadura é doce, mas não é mole não”.

O destaque positivo também recai sobre as sequências de luta, que são empolgantes, realistas e habilmente coreografadas. Os efeitos dos golpes especiais surpreendem, capturando fielmente a essência do material original.

No entanto, nem tudo são rosas em Yu Yu Hakusho. O ponto fraco da série reside no subdesenvolvimento dos personagens. A falta de uma sensação contundente de perigo e a resolução rápida de conflitos, especialmente no caso de Toguro, um dos maiores rivais de Yusuke, deixa os fãs querendo mais. O encurtamento do primeiro arco, atribuído à falta de orçamento e incertezas sobre uma renovação, resultou em uma conclusão apressada, deixando um gosto amargo.

Yu Yu Hakusho mantém o padrão Netflix ao adaptar de forma honesta a obra de Yoshihiro Togashi. Para aqueles que nasceram após os anos 90 e perderam o clássico anime da TV aberta, a série serve como uma boa porta de entrada. A adaptação em live-action apresenta potencial para uma segunda temporada ainda melhor, desde que seja realizada sem a pressa que comprometeu parte da experiência desta primeira etapa.

3

BOM

Yu Yu Hakusho mantém o padrão Netflix ao adaptar de forma honesta a obra de Yoshihiro Togashi. Para aqueles que nasceram após os anos 90 e perderam o clássico anime da TV aberta, a série serve como uma boa porta de entrada. A adaptação em live-action apresenta potencial para uma segunda temporada ainda melhor, desde que seja realizada sem a pressa que comprometeu parte da experiência desta primeira etapa.