Mergulho Noturno | Crítica Mergulho Noturno | Crítica

Mergulho Noturno | Crítica

Divulgação / Universal Pictures Brasil

Em 1975 o mundo se aterrorizou com a ameaça de Tubarão, dirigido por Steven Spielberg, dez anos depois o mundo dos jogos foi impactado pelo lançamento de Super Mario Bros. e a primeira “fase da água”. Ao longo da história e das mídias, o medo da água sempre foi recorrente e explorado, e Mergulho Noturno tenta reviver esse conceito. 

Mergulho Noturno | Crítica
Divulgação / Universal Pictures Brasil

Mergulho Noturno, novo filme da Blumhouse e Atomic Monster, produtora de James Wan, possui uma premissa simples, uma família que se muda para uma casa que possui uma piscina que assombrará a família. 

Ray (Wyatt Russell), um ex-jogador profissional de beisebol que precisou se aposentar por conta de uma doença degenerativa, e sua família estão em busca de uma nova residência que esteja de acordo com as novas necessidades de Ray e que sirva como um recomeço para a família. 

O lar escolhido é uma grande casa com uma piscina gigantesca que poderá ajudar Ray em sua recuperação e dar lazer para a família. É então que esse local, tão ansiado por eles, se mostra como uma grande ameaça que poderá destruir essa esperança de recomeço. 

Mergulho Noturno começa aparentando ser um filme promissor, sua cena de abertura mostra os moradores anteriores da residência e como a piscina pode ser uma ameaça para os moradores seguintes. Esse clima de mistério e tensão se encontra no primeiro ato e, infelizmente, vai desaparecendo no decorrer do filme.

O longa é inspirado em um curta-metragem escrito e dirigido por Bryce McGuire que retorna ao projeto para estender sua ideia, no entanto, o que havia de interessante em seu curta era o suspense e o mistério e um “monstro” que, quando revelado, apresentava mais dúvidas e incertezas no público. Infelizmente essa premissa foi deixada de lado ao investir nos tão conhecidos e esperados jumpscares que já se tornaram característicos da Blumhouse. 

Apesar de uma ideia interessante, Mergulho Noturno parece meio perdido em sua composição, ao investir tempo para desenvolver o significado da ameaça, o roteiro parece se escorar em outras grandes franquias da produtora como Invocação do Mal e Sobrenatural. 

Em seu terceiro ato isso fica ainda mais nítido, as similaridades com as ameaças de Sobrenatural e construção de um drama familiar dentro de uma esfera de terror tentam se assimilar com a franquia de James Wan, porém sem o carisma que o filme e os personagens carregavam. 

Na família Waller, de Mergulho Noturno, composta pela mãe Eve Waller (Kerry Condon) a filha mais velha Izzy Waller (Amélie Hoeferle), o filho mais novo Elliot Waller (Gavin Warren) e o patricarca Ray (Wyatt Russell), a atuação de Wyatt acaba sendo um ponto de desconexão, não entregando uma carga dramática nos momentos em que pediam por isso e caindo no caricato em momentos de medo. Já o elenco infantil, principalmente Gavin Warren conseguem conquistar a simpatia do público. Kerry Condon consegue se conectar com o elenco infantil e se destacar de seu parceiro de cena. 

Apesar disso, as cenas da piscina merecem um destaque positivo, a fotografia escura e os planos fechados conseguem transparecer inquietude e a sensação de perigo iminente, o uso de elementos cotidianos como limpadores e bóias também são usados de maneira interessante para transmitir ameaças. 

No mais, Mergulho Noturno deixa de lado uma premissa inicial interessante e acaba caindo nos mesmo clichês de filmes de terror que apelam para os jumpscares e deixam de lado elementos e características que realmente poderiam ser usadas para criar uma história assustadora.

2

REGULAR

Mergulho Noturno deixa de lado uma premissa inicial interessante e acaba caindo nos mesmo clichês de filmes de terror que apelam para os jumpscares e deixam de lado elementos e características que realmente poderiam ser usadas para criar uma história assustadora.