Maestro | Crítica

Em seu mais recente projeto, Bradley Cooper assume as rédeas como produtor, roteirista, diretor e protagonista em Maestro, uma homenagem apaixonada a Leonard Bernstein, o maestro e compositor por trás de obras icônicas como Amor Sublime, Amor. Este é o segundo filme da carreira de Cooper, que fez sua estreia na função em Nasce uma Estrela, e chegou à Netflix após uma estreia limitada nos cinemas, contando com a produção de nomes de peso como Martin Scorsese e Steven Spielberg, que inicialmente estavam vinculados ao projeto sobre Bernstein, mas passaram o bastão para Cooper.

Maestro | Crítica

A narrativa do filme mergulha na vida fascinante de Leonard Bernstein, um jovem prodígio que, aos 25 anos, roubou a cena ao conduzir sua primeira orquestra sem ensaios prévios. Embora a película seja habilmente conduzida, destacando-se por suas deslumbrantes sequências musicais, Bradley Cooper entrega uma interpretação convincente como Bernstein, capturando as nuances e trejeitos do maestro. No entanto, é Carey Mulligan como Felicia Montealegre, esposa de Bernstein, que verdadeiramente brilha e conduz a narrativa, merecendo até um subtítulo no filme, uma vez que grande parte do drama se desenrola em torno do relacionamento complexo entre Felicia e Leonard.

Apesar de seus pontos fortes, Maestro peca pela superficialidade. É compreensível que o filme evite polêmicas, dada a supervisão da família Bernstein, mas é decepcionante que o filme, centrado na genialidade do músico, se perca em dramas familiares que carecem de profundidade.

No aspecto técnico, Maestro é um espetáculo visual e auditivo. A montagem, a fotografia e o figurino são deslumbrantes, e a trilha sonora, que utiliza trechos das composições de Bernstein, contribui para a narrativa de maneira assertiva.

Bradley Cooper demonstra ser um talentoso diretor, porém, a sensação persistente é que sua atenção aos detalhes, como o uso das cores, as tomadas e o sotaque, acabou por negligenciar o cerne da narrativa. A abordagem de quatro décadas da trajetória de Bernstein parece se perder em diálogos sonolentos, muitos deles carregados de dados bibliográficos.

Em resumo, Maestro é um filme admirável em termos técnicos, destinado a angariar indicações ao Oscar. No entanto, Bradley Cooper deixa escapar o potencial de explorar a carreira de uma das figuras mais influentes na história da música clássica americana, resultando em uma experiência cinematográfica que, embora bela, deixa o espectador desejando mais profundidade e substância.

3

BOM

Maestro é um filme admirável em termos técnicos, destinado a angariar indicações ao Oscar. No entanto, Bradley Cooper deixa escapar o potencial de explorar a carreira de uma das figuras mais influentes na história da música clássica americana, resultando em uma experiência cinematográfica que, embora bela, deixa o espectador desejando mais profundidade e substância.