X-Men Grand Design X-Men Grand Design

Resenha: X-Men Grand Design

Uma piada recorrente entre os fãs de filmes de super-heróis é que não existe nada mais difícil de entender que a cronologia dos filmes dos X-Men. Os fãs de quadrinhos sabem que todas as viagens no tempo, mudanças de realidade e retcons tornaram as histórias do primeiro e maior grupo mutante completamente inteligível se você não tiver pelo menos uma pós-graduação em suas aventuras.

O cartunista Ed Piskor (Hip Hop Family Tree) pediu então permissão para a Marvel Comics para fazer uma tarefa que muitos consideram impossível: organizar a história dos X-Men e faze-la compreensível.

O resultado: o quadrinho mais falado de 2018: X-Men Grand Design. Já saíram os dois primeiros volumes e uma edição de colecionador, com elas reunidas, mais a revista X-Men #1, de 1963, recolorida por Piskor. O resultado é, até agora, uma obra de arte.

X-Men Grand Design começa do começo

O primeiro super-herói da Marvel foi Namor, o Príncipe Submarino, que depois (em um retcom de não muito tempo atrás) foi reconhecido como um mutante. É exatamente aí que começa X-Men, com o começo dos super-heróis da Marvel.

A partir daí, o ritmo é frenético. Somos apresentados para os personagens principais: Charles Xavier e Magnus. Acompanhamos suas trajetórias, tão bem conhecidas pelos leitores, mas dessa vez organizada e na ordem cronológica. Outros personagens secundários, como Moira McTagget, Cain Marko e Gabrielle Haller também são apresentados.

Não existe espaço para muita contemplação, os acontecimentos são resolvidos em poucos quadros, como a amizade entre os dois futuros inimigos.

As Primeiras Aventuras

Somos apresentados aos primeiros X-Men apenas no final da primeira edição. Jean Gray revela seus poderes e chama atenção da Fênix. Isso traz os Shi’ar a Terra, que causam o acidente de Scott Summers e sua família. Elementos como a Fênix e o Senhor Sinistro já são apresentados desde o início.

Os X-Men são um a um encontrados e se transformam da equipe que conhecemos. Os primeiros encontros com Magneto, a Irmandade dos Mutantes, Fanático e outros. Todas as aventuras dos primeiros X-Men, lançadas primeiro por Stan Lee e Jack Kirby, terminando com Roy Thomas e Neil Adams, são retratadas no segundo volume. Ele parece um pouco corrido demais, talvez quem não conheça as histórias fique um pouco perdido, mas é possível entender o principal da história.

Uma carta de amor

Enquanto fãs de quadrinhos podem considerar a história meio corrida, para quem quer que já a conheça, vai perceber que se trata de uma declaração de amor para os quadrinhos dos mutantes. É assim que Piskor se refere a esse quadrinho. No final, ele coloca as “primeiras histórias que escreveu dos X-Men”, com desenhos do tempo de criança, e depois os trabalhos mais bem acabados, conforme foi crescendo, e seguia usando os X-Men para estudos.

Qualquer fã dos mutantes percebe que a pesquisa foi numerosa e detalhada, e o cuidado em recontar as histórias foi tão detalhado que Piskor poderia ter cortado mais coisas, mas o lado fã falou mais alto.

X-Men Grand Design é recomendado a todos os fãs dos mutantes, ou mesmo os que querem conhecer a época que eles não eram tão conhecidos assim.