Wonka Wonka

Wonka I Crítica

Divulgação

A fantasia musical dirigida por Paul King (Paddington) traz a história de um jovem Willy Wonka, o dono da fábrica de chocolates mais famosa do cinema. Wonka, estrelado por Timothée Chalamet (Duna), chega aos cinemas em 7 de dezembro de 2023.

O longa funciona como um prelúdio para os sucessos A Fantástica Fábrica de Chocolate, nas versões de 1971 e 2005, ambos adaptados do livro homônimo escrito por Roald Dahl em 1964. Você pode estar se perguntando: mas quem pediu um filme musical sobre um jovem Willy Wonka? Em uma era de muitos prelúdios, sequências e remakes, o público está começando a cansar de ver velhos personagens de volta à telona.

Mas, o filme é dirigido por Paul King, co-escrito por King e Simon Farnaby, e produzido por David Heyman, também conhecidos como a equipe por trás do ótimo Paddington 2. Ou seja, os caras tem um histórico de conseguirem fazer boas produções voltadas ao público infantil, mas com capacidade de também encantarem os adultos. Com Wonka, eles seguem a tradição.

O longa conta a história de origem chocolatier mais famoso do mundo, que chega em uma nova cidade com quase nenhum dinheiro, mas muitos sonhos e imaginação. Sem ter onde ficar, ele acaba caindo em um contrato de servidão na lavanderia local, onde é forçado a trabalhar para os personagens grotescos de Tom Davis (Murder in Successville) e Olivia Colman (A favorita), que parecem vilões dickensianos. É lá que ele conhece a jovem Noodle (Calah Lane), uma órfã que foi abandonada na porta do local, e também outras pessoas que são forçadas a trabalhar na lavanderia.

Mesmo sendo obrigado a lavar, secar e passar roupas, Willy não desiste do sonho de tentar abrir uma loja de chocolates na cidade. Com a ajuda de Noodle e seus novos amigos da lavanderia, ele passa a fazer apresentações de suas criações divertidas para a população da cidade, mas seus esforços são combatidos pela polícia, que está nas mãos de três empresários – também mencionados no livro de Dahl: Slugworth (Paterson Joseph), Prodnose (Matt Lucas) e Fickelgruber (Mathew Baynton). Eles são donos de fábricas de chocolate que formam uma espécie de cartel que comanda toda a venda de doces na famosa Galeria Gourmet e enxergam os chocolates de Wonka como uma ameaça.

Então, somos levamos a uma história que remete aos filmes de ação, em que os mocinhos organizam um assalto para conseguirem provas contra o cartel e devem enfrentar uma série de inimigos um tanto quanto caricatos, enquanto vivem situações bastante engraçadas e até mesmo alguns perigos. Ao mesmo tempo, Willy procura encontrar os pais de Noodle e ajudar seus colegas a se livrarem do trabalho forçado.

Claro, em uma história baseada em A Fantástica Fábrica de Chocolate, não poderia faltar Umpa Lumpas! Hugh Grant (Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes) pode até ter odiado fazer o homenzinho laranja de cabelos verdes, mas mesmo com poucas cenas, ele é um grande destaque do filme, entregando muito sarcasmo, graça e dancinhas.

O filme tem um ar muito mais doce e feliz do que as duas adaptações já citadas anteriormente e o livro original. Timothée Chalamet interpreta um rapaz extremamente otimista, sem tentar copiar nenhum de seus antecessores. Se você é fã do Wonka adulto dos filmes de A Fantástica Fábrica de Chocolate, certamente vai estranhar um pouco, embora Willy tenha uma fala rápida e seja levemente sarcástico em alguns momentos, essa versão está muito longe do homem que fecha sua fábrica ao público e tenta dar lições de moral que conhecemos. A personalidade ambígua do protagonista, que em alguns momentos chegava até mesmo a ser cruel e sinistra não aparece em Wonka, então não espere ver nenhuma criança sem educação sendo punida ou descobrir como ele passou a ser daquele jeito.

Todo o mundo em que se passa o filme é muito lúdico, de pura imaginação e fantasia, tudo nele é exagerado, bizarro e meio maluco. Até mesmo os chocolates não são nada convencionais, todos eles tem formatos nunca vistos, cores vibrantes e causam efeitos bastante inusitados, mas eles são todos reais e criados pela famosa chocolatier Gabriella Cugno. O filme é uma celebração aos sonhadores, com músicas e coreografias encantadoras, que trazem uma identidade única.

Wonka é prato cheio para os que gostam de teatro musical, já que diversas peças e filmes do gênero parecem ter servido de inspiração para os números do filme, desde Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet, até Cantando Na Chuva e Mary Poppins. Mesmo para os que não são muito fãs do gênero, o filme não chega a ser cansativo na quantidade de números musicais.

Apesar de ter deixado os fãs bastante pé atrás quando foi anunciado, a equipe de Wonka conseguiu realizar um filme que tem potencial de ser um dos mais queridos das férias de fim de ano, com seu visual colorido e bonito, personagens carismáticos e músicas que podem acabar grudando na sua cabeça.

Wonka chega aos cinemas em 7 de dezembro de 2023 com cópias dubladas e legendadas. A classificação indicativa é de 10 anos.

3.5

Muito bom

Com um elenco carismático e um roteiro original, Wonka é um filme lúdico, belo e divertido que tem potencial de se tornar um dos mais queridos das férias de fim de ano.