Crítica | Suspíria – A Dança do Medo é um grande pedaço de obra-prima

Suspíria – A Dança do Medo é o tipo de filme que divide opiniões. Alguns acham que estamos diante de uma obra-prima, enquanto outros pontuam que o longa é cansativo e medonho. Prefiro pensar que a nova versão do icônico filme de Dario Argento de 1977 é um grande pedaço de obra-prima. Diferente do original, o longa já explica ao público o que está por vir na primeira cena. Escrito por David Kajganich, o remake se aprofunda na crueldade humana diante de um mundo enfrentando uma Alemanha dividida.

O filme

Na trama, Susie Bannion (Dakota Johnson) é uma jovem bailarina americana que se matricula na prestigiada Markos Tanz Company, em Berlim. No mesmo dia de sua chegada, a também dançarina Patricia desaparece de forma misteriosa. Tendo um progresso extraordinário e se destacando logo em seu teste, com a orientação de Madame Blanc, Susie acaba fazendo amizade com outra dançarina, Sara, que compartilha com ela todas as suas suspeitas obscuras e ameaçadoras do conceituado local.

Dakota Johnson e Tilda Swinton

Conhecida por papeis delicados que pouco exigiam, Dakota Johnson faz seu melhor trabalho no cinema como Susie Bannion. Ela mostra bravura e na primeira cena de dança hipnotiza e, ao mesmo tempo, causa desconforto. Quando se junta a escola de dança Helena Markos, ela se sobressai sobre as outras bailarinas pela ferocidade adormecida e que desperta com a dança.

Tilda Swinton interpreta três personagens. Uma não vou citar para não estragar o ato final do filme. A atriz inicia sua jornada de forma irreconhecível e carregada de maquiagem como psicanalista Dr. Josef Klemperer no primeiro ato. É um papel importante, porque diferente do longa original, o filme já entrega qual o segredo da escola de dança. Porém, mesmo ciente do que está por vir, a linha narrativa é instigante e não se torna previsível. Depois, a atriz retorna como a elegante Madame Blanc, a comandante da escola de dança que se encanta por Susie. Assim como a jovem dançarina, Blanc está pronta para se entregar ao ato perfeito. Essa entrega de braços abertos terá consequências quando Susie é escalada para liderar a apresentação musical chamada “Volk”.

Johnson e Swinton estão sensacionais e mereciam mais destaques nas premiações de 2018.

Direção

Luca Guadagnino proporciona uma maravilha técnica. Ao lado do diretor de fotografia de Me Chame pelo Seu Nome, Sayombhu Mukdeeprom, eles montam uma série de quadros que variam entre amáveis ​​e perturbadoras. As sequências durante a academia de dança são impressionantes e hipnóticas. A edição de Walter Fasano é notável, particularmente nas cenas de dança, que exigem uma pontuação nos movimentos rítmicos. Seus olhos ficarão vidrados em cada enquadramento.

Veredito

Suspíria – A Dança do Medo não é um filme fácil de digerir. Depois de sequências arrebatadoras e que chocam, o final calmo e delicado é o momento que Luca reserva para a reflexão do filme diante de tudo que viu. Suspíria te prende na cadeira. Mesmo diante dos créditos, ninguém sairá andando como se acabara de ter visto um filme comum. Ao final, o filme tem muito a dizer sobre o sofrimento humano e que há uma linha tênue entre o mal e a bondade no mundo. Um filme que estimula diferentes interpretações.

4

Ótimo

Ao final, o filme tem muito a dizer sobre o sofrimento humano e que há uma linha tênue entre o mal e a bondade no mundo. Um filme que estimula diferentes interpretações.