Crítica | Dívida Perigosa: Novo filme da Netflix tem Jared Leto desafiando a Yakuza

Dívida Perigosa (The Outsider) é um projeto antigo. Anteriormente, Takashii Miike (13 Assassinos) dirigiria o longa estrelado por Tom Hardy (Mad Max). Entre idas e vindas, o desconhecido dinamarquês Martin Zandvliet (indicado ao Oscar por Terra de Minas) assume a direção e Jared Leto assume o papel de protagonista. Depois de um retorno triunfal no cinema conquistando o Oscar por Clube de Compras Dallas, Leto passou a dividir sua carreira entre a banda Thirty Seconds to Mars e a de atuação. Alguns projetos foram interessantes como Blade Runner 2049 e outros desastrosos como a nova versão do Coringa em Esquadrão Suicida.

Este novo projeto está na categoria interessante, embora tenha sido rejeitado por boa parte da crítica com apenas 10% de aprovação no Rotten Tomatoes. Porém, Dívida Perigosa tem seus méritos, embora sofra com uma narrativa lenta e que demora para engrenar.

Na trama, Leto vive Nick Lowell, um soldado americano preso no Japão, companheiro de cela de Kiyoshi (Tadanobu Asano), membro da máfia Yakuza. Lowell salva a vida de Kiyoshi, e de acordo com as tradições, pode escolher se tornar uma irmão da mafiosa família. Quando ambos são libertados, Lowell é acolhido e aceito como um dos membros.

Em alguns momentos, a atuação de Jared Leto lembra Keanu Reeves de John Wick, um sujeito de poucas palavras, inexpressivo, frio, mas que demonstra um olhar de predador. Sua primeira missão como membro da Yakuza exalta a frieza do personagem. Contudo, Reeves tem um certo charme como Wick, o que falta para Leto que escolheu uma performance mais contida. Não há nenhum momento cômico, e  quando tenta, até os outros ao redor ficam sem jeito e forçam uma risada como a cena em que conta a piada do pinguim. Essa decisão acaba tornando o segundo ato desinteressante, quando suas provações dentro da máfia não causam tanto impacto.

Se Nick Lowell não possui carisma, o mesmo não vale para Shioli Kutsuna, que interpreta a irmã de Kiyoshi; e protegida e par romântico de Nick. A atriz australiana descendente de asiáticos exala carisma e doçura, sendo a responsável para o protagonista ficar dividido entre seu trabalho e o amor proibido pela jovem.

Como todo filme de máfia, há confronto entre famílias rivais, muita violência e as conhecidas tradições da Yakuza, como as tatuagens e decapitação de dedos como pedido de desculpas para o chefe. As ações são bem construídas com destaque para sequência final carregada de tensão.

Ao final, Dívida Perigosa é um filme mediano que em boa parte segue a mesma frieza de seu protagonista. Poucos grandes momentos são reservados nesta produção. Contudo, visualmente é formoso. Uma fotografia caprichada que retrata de maneira eficaz o Japão da década de 50.

3

Bom

Ao final, Dívida Perigosa é um filme mediano que em boa parte segue a mesma frieza de seu protagonista. Poucos grandes momentos são reservados nesta produção. Contudo, visualmente é formoso. Uma fotografia caprichada que retrata de maneira eficaz o Japão da década de 50.