Crítica | O Ano Mais Violento

Terceiro longa-metragem escrito e dirigido por J.C. Chandor, O Ano Mais Violento comprova o talento do cineasta em criar uma atmosfera tensa e marcada por conflitos entre seus protagonistas. Sem querer comparar, mas comparando, o longa apresenta algumas similaridades com o clássico O Poderoso Chefão, mostrando seus respectivos protagonistas obrigados a abraçar o mundo do crime.

A trama situada em 1981, marcada por ser um ano de alto índice de criminalidade nos EUA, segue Abel Morales (Oscar Isaac), um imigrante que busca o sonho americano. Dono de uma empresa no ramo de combustíveis, Morales busca alavancar o negócio, mas sofre com os constantes assaltos e a pressão do procurador local (David Oyelowo). Dotado de uma conduta sempre correta e um não admirador da violência, acompanhamos o protagonista precisando dançar conforme a música e sendo pressionado por todos os lados, incluindo pela esposa Anna (Jessica Chastain).

Oscar Isaac emprega uma atuação soberba como Morales. Suas atitudes sempre buscando o melhor caminho, acabam criando uma empatia com o público por sempre apresentar uma cortesia no tom de voz, algo semelhante a Al Pacino em O Poderoso Chefão. Contudo, quando se enfrenta o submundo da crime, acaba entrando em um caminho sem volta.

Apresentando um talento ímpar, J.C. Chandor mais uma vez surpreende com uma direção soberba e cuidadosa em cada plano. Em mais um trabalho técnico impecável, o diretor conta com o excelente trabalho do design de produção de John P. Goldsmith, que usa a tonalidade do figurino e cenário para trabalhar a personalidade de seus personagens. O dourado sempre em destaque no casaco de Morales reflete seu desejo pelo sucesso e riqueza que ele busca impor em seus negociantes.

O Ano Mais Violento apresenta um plano sequência durante o seu desfecho memorável para os amantes de cinema. Um trabalho realizado por quem ama a sétima arte. Sem precisar investir em sequências de ação para ganhar a atenção do público, o longa deixa uma reflexão sobre as relações humanas.

  • Excelente
5

Resumo

O Ano Mais Violento apresenta um plano sequência durante o seu desfecho memorável para os amantes de cinema. Um trabalho realizado por quem ama a sétima arte. Sem precisar investir em sequências de ação para ganhar a atenção do público, o longa deixa uma reflexão sobre as relações humanas.