Meu Pai [Crítica] Meu Pai [Crítica]

Meu Pai [Crítica]

Divulgação/Orange Studio Cinéma / UGC Distribution

Meu Pai [Crítica]
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Meu Pai, longa indicado a seis Oscars (Melhor Filme, Melhor Ator para Anthony Hopkins, Melhor Atriz Coadjuvante para Olivia Colman, Melhor Roteiro Adaptado para Christopher Hampton, Melhor Edição e Melhor Design de Produção), finalmente está disponível nas plataformas digitais. O longa do dramaturgo francês Florian Zeller adapta a famosa peça de teatro que fez bastante sucesso nos Estados Unidos e Europa, ganhando uma versão no Brasil.

É um filme que mantém a mesma estética, trazendo bastante diálogos e performances emocionantes de Anthony Hopkins e Olivia Colman. A história comove, mas sem forçar o melodrama. Não seria exagero nenhum falar que se trata da grande atuação de Hopkins. O ator entrega uma performance que é carismática e feroz. Seu personagem necessita de uma gama de sentimentos e emoções, mas também uma suavidade nos mínimos detalhes.

Já Olivia Colman segue mantendo seu alto nível de atuação. Ela vive uma filha que está desmoronando emocionalmente ao ver o pai aos poucos se esquecendo dela. Mesmo assim, ela está lá sorrindo, escondendo as lágrimas, mas sempre do lado dele.

A trama mostra o personagem de Hopkins com seus 81 anos e sofrendo de demência senil. Vivendo sozinho em um apartamento em Londres, ele recusa a ajuda de enfermeiros e cuidadores que a filha (Colman) tenta impor. Quando ela resolve se mudar para Paris com seu companheiro, surge um impasse, como o pai ficará completamente sozinho?

A edição do filme é impecável, fazendo jus a indicação ao Oscar. Ela constrói toda a confusão na mente do personagem de Hopkins, permitindo vivenciar sua confusão como se fosse a nossa. Mas ela também pontua o ponto de vista da filha e seus cuidadores que tentam organizar suas memórias confusas. A sequência com Imogen Potts é muito bem construída, pois gera uma confusão intencional do diretor. Aquilo é real ou um devaneio? É o momento que evidencia como alguém senil vai do céu ao inferno em questão de minutos.

Meu Pai é um filme de emoções. Florian Zeller entrega um filme exemplar que, talvez nas mãos de outro diretor, seria mais um drama qualquer para buscar a todo custo as lágrimas do espectador. Florian e toda sua equipe entregam um filme sensível e que nos deixa atordoados com o que acabamos de assistir. Na categoria Melhor Ator do Oscar, ninguém se aproximou do que Anthony Hopkins entregou com esse drama. A performance de sua carreira.

5

EXCELENTE

Meu Pai é um filme de emoções. Florian Zeller entrega um filme exemplar que, talvez nas mãos de outro diretor, seria mais um drama qualquer para buscar a todo custo as lágrimas do espectador.