Crítica | 2ª temporada de 3% comprova evolução da série

Depois de um primeiro ano modesto, 3% (a primeira série totalmente nacional da Netflix) trouxe pouquíssimo conteúdo em relação a tudo que foi informado durante o processo de divulgação. Como já esperado, a série sofreu com um orçamento limitado, que influenciou em cenários pouco atrativos. O elenco regular com alguns de carisma zero também prejudicaram o desenvolvimento. Contudo, o tema sobre desigualdade social em um futuro distópico demostraram ser o atrativo maior da série.

Os desdobramento e a discussão no episódio final despertaram o interesse para que o showrunner Pedro Aguilera encomendasse mais 10 episódios, ainda maiores e intensos. Nesses dois quesitos, ele obteve êxito. O novo ano da série comprova uma evolução com cenários mais vistosos, fruto de um orçamento mais generoso. Uma nova direção técnica garantiu mais capricho no visual.

A série

Com 10 episódios dinâmicos e uma narrativa coesa, a série mostra que um novo Processo está por vir, enquanto foca nos drama pessoais de Rafael (Rodolfo Valente) e Michele (Bianca Comparato), agora parte dos 3% aprovados na seleção, e as de Joana (Vaneza Oliveira) e Fernando (Michel Gomes), que seguem com  suas vidas de antes.

Enquanto a primeira temporada penava com alguns episódios sem criatividade e sonolentos, os 10 episódios deste novo ano são ágeis e apresentam reviravoltas interessantes. A Causa é discutida e analisada em tom de mistério sobre suas decisões, levando o público a pensar e repensar sobre qual lado os personagens estão. Outra evolução foram nos diálogos. No primeiro ano havia pouca inspiração com frases clichês, enquanto os 10 novos episódios apresentam discussões ideológicas e complexas. Não há o lado certo ou errado nas decisões tomadas durante a narrativa.

Elenco

Mais maduro e carismático, o elenco de 3% entregam performances mais seguras. Michele (Bianca Comparato) e Rafael (Rodolfo Valente) enfrentam traumas e são forçados a decisões complexas. Cada personagem possui uma jornada pessoal e os episódios trabalham com eficiência o espaço de cada um. Cada motivação faz sentido e o roteiro prepara que no Maralto ou do lado de fora, o inimigo entre eles é comum. Novos rostos são acrescentados como Laila Garin, Fernanda Vasconcellos e Maria Flor. A performance de Garin com o Marcela é surpreendente com os melhores episódios tendo sua participação.

O que achamos?

3% superou a descrença de boa parte do público com uma temporada surpreendente e sólida. O universo se expandiu com um leque de opções a se trabalhar numa provável terceira temporada. Ao final, está mais evidente que nossa sociedade tende a ser mais individualista. Os diálogos nos episódios finais deixam uma reflexão para um paralelo com a atual situação do país fadado a divisões e disputas por ideologias políticas.

 

3

Bom

3% superou a descrença de boa parte do público com uma temporada surpreendente e sólida. O universo se expandiu com um leque de opções a se trabalhar numa provável terceira temporada. Ao final, está mais evidente que nossa sociedade tende a ser mais individualista. Os diálogos nos episódios finais deixam uma reflexão para uma paralelo com a atual situação do país fadado a divisões e disputas por ideologias políticas.