Análise | Game of Thrones: Episódio 7×04 – The Spoils of War

Um episódio de tirar o fôlego!! Se nesta sétima temporada a produção da HBO está deixando a desejar no quesito roteiro, não podemos reclamar das batalhas mostradas, afinal, a guerra prometida está apenas começando e queremos muito mais! Em mais um momento de reencontro Stark, não há como negar que essa temporada tem aquecido nossos corações, por mais que cada um tenha enfrentado grandes desafios que os modificaram para sempre, ver os 3 filhos de Ned juntos em Winterfell é muito mais do que poderíamos imaginar.

Além disso, depois das derrotas sofridas, Daenerys resolve montar seu Drogon e ir à luta. A rainha que inspira milhares por suas ações, cansou-se de ouvir o inteligente anão e resolve que, finalmente, está na hora de mostrar os dragões para os westerosi, isso para o nosso total deleite (e agonia).

Vamos começar?

Jardim de Cima

Logo após a “batalha” que tomou Jardim de Cima e acabou com os Tyrell (RIP), Jaime Lannister (Nikolaj Coster Waldau) organiza e decide o que fazer com os despojos da guerra. O agora aliado da Coroa, Randyll Tarlly (James Faulkner) que ainda nem se preocupou com a espada Veneno do Coração, roubada pelo filho Sam Tarlly (John Bradley-West) lá na sexta temporada, fica com a missão de roubar os mantimentos dos fazendeiros locais ao lado de seu filho Dickon (Tom Hopper) que lutou sua primeira batalha contra seus antigos suseranos.

O que se vê é que há muito ouro para pagar as dívidas e continuar com o apoio do Banco de Ferro, que lá em Porto Real, mostra-se impressionado com a habilidade de Cersei (Lena Headey). Além disso, a volta de um querido personagem do público, Bronn (Jerome Flynn) que ainda não havia aparecido, mostra-se aquele companheiro piadista de sempre, mas também muito eficaz na hora que se precisa.

Winterfell

Bran Stark (Isaac Hempstead-Wright) está em casa, mas não é mais Bran e sim o Corvo de Três Olhos. O que preocupa é que o roteiro da série não faz questão de explicar a importância disso. Primeiro, acharam muito difícil e apenas o colocaram como uma pessoa fria, que ao invés de contar coisas relevantes da história de Westeros que afetou sua família, resolve mostrar seu poder para a irmã Sansa Stark (Sophie Turner) lembrando-a da noite em que foi estuprada pelo odioso Ramsay Bolton (Iwan Rheon). Depois, quando tem a chance de confrontar Petyr Baelish (Aidan Gillen) e o espantar de perto da sua família, ele apenas dá uma leve indicada de que sabe das coisas, “O caos é uma escada”. Relembrando o famoso discurso de Mindinho na terceira temporada:

“O caos não é um abismo. O caos é uma escada. Muitos que tentam escalar falham e nunca podem tentar outra vez. A queda quebra-os. Outros têm a oportunidade de subir, mas se recusam. Eles se agarram ao reino, ou aos deuses, ou ao amor. Ilusões. Apenas a escalada é real. A escalada é tudo o que existe”.

Ao receber a adaga “que começou a Guerra dos Cinco Reis”, de acordo com Lorde Baelish, Bran apenas a aceita. Mas isso pode indicar que o garoto sabe o que vai acontecer depois, só saberemos mais à frente. Ao final, ele presenteia alguém muito especial com a adaga.

(Divulgação/HBO)

Arya Stark (Maisie Williams) está em casa, e um lar muito diferente, saudade Sor Rodrick e Meistre Ludwin! E se teve uma cena que irritou nesse episódio, foi a dos guardas subestimando a menina. Sete temporadas depois e perdemos tempo com guardas que não acreditam que ela é uma Stark. Para nossa sorte, Arya está muito mais habilidosa e Sansa muito mais esperta. O encontro das irmãs é meio receoso, afinal, a relação das duas nunca foi tão amigável, mas, após tudo o que se passou, o abraço nas criptas de Winterfell foi emocionante. Engraçado que ninguém acredita quando Arya cita sua lista da morte.

Os três filhos de Ned Stark (Sean Bean) reunidos na Árvore Coração foi lindo. E ali, Arya ganha a adaga, presente de Bran, que não pode utilizá-la, mas pode muito bem saber como a irmã vai usar. Vale citar também a despedida rápida de Meera Reed (Ellie Kendrick), que não obteve muita relevância para o caçula Stark, “você morreu naquela caverna”.

Outra cena muito boa em Winterfell veio da luta (treino) entre Arya e Brienne (Gwendoline Christie) que surpreendeu-se com a habilidade da garota, que “Ninguém” ensinou a lutar.

Pedra do Dragão

Missandei (Nathalie Emmanuel), que desde o último episódio faz parte de mais uma teoria (ela seria traíra) mostra-se preocupada com Verme Cinzento (Jacob Anderson). Suas preocupações são interrompidas pela presença de Jon Snow (Kit Harington) que deseja mostrar a caverna para Daenerys Targaryen (Emilia Clarke). E a interação dos dois melhora bastante. O problema é que, assim como Dany não tinha motivos para ser tão chata com Jon no primeiro encontro dos dois, não tinha motivos também para mudar de atitude, mas, enfim.

Vimos que além de vidro de dragão, a caverna está recheada de desenhos rupestres dos Filhos da Florestas e Primeiros Homens. O Rei do Norte concluí que eles lutaram juntos contra um inimigo maior: o Rei da Noite está também representado ali. Nesta hora, Jonerys (o ship do casal) parece muito real, pinta um certo clima, mas Dany corta dizendo que lutará sim ao lado de Jon… Se ele ajoelhar (a menina, se tu soubesse o quanto ele ajoelha, né Ygritte?!!).

Mais uma má notícia chega para Dany e ela decide que está na hora de Westeros vislumbrar seu poder. Antes disso, mais um reencontro. Theon Greyjoy (Alfie Allen) chega a Pedra do Dragão e é recebido por Jon. Confesso, a vontade é que Snow soque a cara dele, mas a pequena boa ação do Greyjoy com Sansa, faz Jon deixar pra lá. Theon quer buscar a irmã, mas a Rainha não encontra-se mais lá (pois é tudo bem rápido agora).

À caminho de Porto Real

Jaime já está próximo de Porto Real e de pagar as dívidas da Coroa. Tudo dando certo para o Lannister. Acontece que, as vitórias estão muito fáceis para ele e isso não é Game of Thrones. GOT, além dos inúmeros diálogos interessantes e planos inteligentes, é uma série que nos faz ficar em completo desespero em uma batalha. E o chão começa a tremer sob Jaime.

(Divulgação/HBO)

Os Dothraki não pretendem deixar com que ele leve tudo numa boa para a irmã. E veem à galope. Mas, o que mais impressiona (e nos anima) é a presença de Drogon, majestoso. Nessa hora, a gente esquece as incoerências do roteiro e aplaude, enquanto fica sem respirar. Não dá para descrever o quanto essa batalha é grandiosa, primeira vez que vemos a real vantagem de se ter um dragão. DRACARYS!!


Tyrion (Peter Dinklage) manifesta-se apreensivo e teme pela vida do irmão, mostrando que há ainda um Lannister dentro dele, laço que não pode ser quebrado mesmo depois de todos os acontecimentos. E não é só ele que sente-se apreensivo por Jaime, todos nós tememos por sua vida, assim como tememos por Drogon, alvejado por Bronn com a arma de Qyburn. É muito o que temer, gente. Se uma série nos faz pular no sofá e sofrer loucamente, ela alcançou seu objetivo!