Nosso Amigo Extraordinário Nosso Amigo Extraordinário

Nosso Amigo Extraordinário I Crítica

Divulgação

Nosso Amigo Extraordinário, comédia dramática distribuída pela Synapse Distribution, estreia nos cinemas brasileiros em 7 de setembro de 2023. Estrelado por Ben Kingsley (Gandhi), o longa é dirigido por Marc Turtletaub, que já produziu sucessos como Pequena Miss Sunshine e A Despedida. Na trama, Milton Robinson é um senhor rabugento que tem sua vida virada de cabeça para baixo quando um OVNI cai em seu quintal.

A história se passa em Boonton, uma cidade bastante pacata onde Milton Robinson vive sozinho. Ele é um homem de 78 anos que não tem muito contato com outras pessoas que não sejam sua filha Denise (Zoe Winters), as autoridades municipais e cidadãos com os quais ele se encontra frequentemente nas reuniões do conselho municipal. Uma daquelas pessoas mais velhas que todo mundo da cidade conhece, mas que ao mesmo tempo acabam passando batido por não terem vidas sociais muito agitadas.

Logo de inicio ficamos sabendo que Milton pode estar sofrendo com o início da doença de Alzheimer, já que o personagem é mostrado fazendo as mesmas duas perguntas repetidamente nas reuniões e trocando o local dos objetos em sua casa e se esquecendo das coisas. Por esse motivo, temas como tempo, memória, passado e arrependimentos acabam sendo o foco do enredo de Nosso Amigo Extraordinário.

Assim que um disco voador cai no quintal de Milton, uma pequena criatura cinzenta que nunca fala aparece e ele passa a cuidar desse alienígena. A principio decide comentar com as pessoas, mas acaba sendo forçado a consultar um psiquiatra, já que ninguém acredita na história de que uma nave caiu em seu quintal e estragou suas flores.

Em pouco tempo, as vizinhas de Milton, Sandy (Harriet Sansom Harris) e Joyce (Jane Curtin) ficam sabendo do visitante e, percebendo todos os funcionários do governo que chegaram misteriosamente à cidade, decidem ajudar Milton a manter seu novo amigo em segredo, enquanto o alienígena – apelidado Jules – procura uma forma de consertar sua nave espacial.

O diferencial de Nosso Amigo Extraordinário em relação a outros filmes do gênero é explorar o isolamento das pessoas mais velhas em uma época em que a tecnologia supostamente aproxima todos. O roteiro de Gavin Steckler aborda esse assunto de forma sensível e inteligente. Os três personagens são lembrados da importância do companheirismo em suas vidas e de como o isolamento fez com que cada um deles se apegasse desesperadamente ao pouco que consideram lhes restar, quando na verdade suas vidas ainda estão repletas de oportunidades e só precisavam de uma nova perspectiva.

Outro fator que chama atenção, é o processo de criação da maquiagem aplicada no extraterrestre Jules, que dispensou qualquer uso de efeitos digitais (CGI). Durante as gravações do longa, a dublê Jade Quon levava cerca de quatro horas para vestir todas as 11 peças criadas pelo artista Joshua Tiru para se transformar em um ser saído diretamente do imaginário popular: um E.T. careca, com a cabeça grande e que parece estar pelado.

Nosso Amigo Extraordinário é um filme curtinho e muito gostoso de assistir, mas que ao mesmo tempo em que diverte nos faz pensar em como estamos levando nossas vidas e o que podemos mudar desde já para que não tenhamos tanta solidão e arrependimentos no futuro.

 

 

 

 

 

 

 

3

Summary

Nosso Amigo Extraordinário é um filme de ficção científica levinho, mas que nos leva a refletir sobre a velhice e isolamento.