Crítica | Vende-se Esta Casa mostra em detalhes como não fazer um filme de terror

Vende-se esta casa é a nova investida da Netflix no universo dos suspenses psicológicos. Estrelado por Dylan Minnette (13 Reasons Why), o longa conta a história de uma mãe e seu filho adolescente que após uma tragédia familiar vão viver nas montanhas em uma gigantesca casa desocupada por parentes. Lá coisas estranhas começam a aterroriza-los.

Infelizmente a trama se desenvolve em um ritmo lento demais para uma produção com apenas 90 minutos de duração, tornando o filme maçante e cansativo. Em praticamente dois terços do filme, nada é acrescentado à trama. O roteiro raso tenta se sustentar em cima de portas fechando sozinhas, objetos sumindo e barulhos vindos do porão da enorme mansão.

A casa por sinal é um grande desperdício, ao adentrarmos pela primeira vez no cenário onde o filme todo se passará, somos aparentados a um ambiente gigantesco, recheado de cômodos e escadas, cenário perfeito – apesar de clichê – para um grande filme de terror repleto de perseguições, mas nem isso o roteiro consegue fazer, tudo se limita ao quarto, banheiro e porão da casa. O que nos leva a questionar se uma simples quitinete não seria mais do que suficiente para ambientar a trama.
A direção preguiçosa não inova e bombardeia o espectador com muitas sequências baseadas em planos fechados, artifício tradicionalmente utilizado para criar um clima de suspense e insegurança, e realmente as duas primeiras sequências neste molde funcionam, pena que praticamente em  todo o resto do filme isto se torna irrelevante a ponto de o espectador nem se surpreender com um vulto caminhando nas sombras atrás do protagonista.

Os protagonistas vividos por Dylan Minnette e Piercey Dalton são razoáveis, o que não significa um show de atuação, somente mostra que os atores dão o máximo para apresentar personagens com um pouco mais de personalidade, mas são sufocados pelo roteiro que impõe algo lacônico e caricato. Apesar de carismático em cena, Minnette entrega as mesmas caras e bocas que já vimos no excelente O homem nas trevas e em 13 Reasons Why, nos fazendo questionar se ele realmente consegue oferecer algo além disso.
Como de praxe, em grande parcela dos filmes pertencentes ao gênero, existem aqueles personagens que tomam as piores decisões possíveis, em Vende-se esta casa não é diferente, prova disso é a personagem de Piercey Dalton que após tomar decisões como ir ao porão enrolada em uma toalha, pendura um alvo em suas costas  e perde o pouco de credibilidade que lhe restava.

Com um roteiro duvidoso, a produção mira em um grande filme de terror mas acerta em um suspense galhofa recheado de clichês e jump scares forçados. A trama fraca se arrasta boa parte do tempo e acaba por entregar um desfecho apressado que não agrada o público.

Apesar da recepção ruim, esperamos que a Netflix não desista de investir no gênero que já entregou produções espetaculares como Jogo Perigoso.

  • Ruim
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Resumo

Recheado de clichês e situações forçadas, a trama fraca se arrasta boa parte do tempo e acaba por entregar um desfecho apressado. Vende-se esta casa é a receita perfeita de como não fazer um filme de terror.