Confinado Confinado

Confinado | Crítica

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Remake de um filme argentino e baseado em uma história real que aconteceu também na Argentina, Confinado começa com Eddie (Bill Skarsgård), um pai caloteiro, mas bem-intencionado, em busca de um alvo fácil. Ele precisa de dinheiro urgentemente para recuperar sua van de fazer entregas e resolve roubar qualquer coisa que encontre em seu caminho para que possa vender. Ele acha que deu a sorte grande quando cruza com uma SVU destrancada parada em um estacionamento aleatório. Mas, ao entrar, descobre que todas as portas foram trancadas e ele está completamente preso no carro, que foi manipulado para se tornar uma prisão.

Para piorar a situação, o dono do carro, William (Anthony Hopkins), liga e o atormenta, chateado por seu carro ter sido alvo mais uma vez. O homem alega que a polícia não vai lidar com a situação, então resolveu cuidar disso por conta própria. O que se segue é um jogo doentio de tortura, tudo confinado em um pequeno espaço. Armado com pouco mais do que sua inteligência, Eddie tenta planejar uma fuga, percebendo rapidamente que não está apenas enfrentando a prisão ou alguma forma distorcida de punição corporal, mas a possibilidade muito real de morrer pela vingança de William.

Cada xingamento que Eddie usa contra a voz que emana pelos auto falantes lhe rende um choque ou alguma mudança extrema na temperatura ambiente, enquanto o bom comportamento é recompensado com um pouco d’água ou um biscoito. Quando Eddie resiste às torturas, William assume o controle do carro remotamente, proporcionando-lhe uma viagem aterrorizante. Assim que Eddie começa a entender a profundidade de sua situação, a tensão aumenta e William decide se juntar a ele dentro do veículo.

Este filme, repleto de diálogos, mantém suas conversas envolventes ao inserir referências como Crime e Castigo, de Dostoiévski, mas acaba perdendo o fôlego. De toda a tortura que Eddie suporta, talvez nenhuma seja mais extenuante do que o discurso interminável de William sobre como os pobres são horríveis, grandes sanguessugas que merecem punição dos ricos que conquistaram seus bens por pura meritocracia.

O diretor David Yarovesky encontra maneiras de ser criativo com um cenário tão limitado e mantém o filme com um ritmo acelerado, mas a sensação de claustrofobia que Eddie experimenta nunca é totalmente transmitida ao público. William está sendo roubado, mas ao mesmo tempo é um homem manipulador e calculista, enquanto Eddie é alguém que está fazendo algo que não é correto ao roubar – mas o público é levado a pender para seu lado, pois é apresentado como um bem-intencionado que acabou de tomar algumas decisões ruins na vida, além de mostrar seu amor sincero pela filha.

O ponto alto de Confinado é a atuação dos dois atores, que conseguem transformar uma premissa absurda em algo assistível. Bill Skarsgård entrega uma interpretação sincera e comprometida de Eddie. ele é um camaleão e costuma ser muito interessante em seus papéis. Anthony Hopkins é mais ouvido do que visto, mas sua presença domina e nos lembra de seus dias como o psicopata Hannibal Lecter. William é um homem que usa sua inteligência para conseguir o que quer, mas há um lado mais imprevisível nele. No entanto, apesar das atuações fortes, a empolgação eventualmente estagna. Apesar de um começo forte, o filme perde gradualmente o controle, resultando em uma experiência decepcionante.

Confinado estreia nos cinemas dia 29 de maio e conta com distribuição da Diamond Films.

2.5

Regular

Mas mesmo com apenas 95 minutos, Confinado se torna entediante, em grande parte devido à obviedade de seus temas e falta de realismo na trama, mesmo que as atuações sejam excelentes.