Porque o Superman de Tyler Hoechlin já pode ser considerado melhor do que Henry Cavill

O universo DC Comics do cinema sofre duras críticas por mergulhar seus personagens em um tom sombrio, melancólico, que funcionou na trilogia Cavaleiro das Trevas, de Christopher Nolan. Mas, usar o mesmo tom em Homem de Aço (2013) e Batman vs Superman (2016) provou ser algo equivocado, fazendo a Warner Bros. Pictures repensar o futuro com Liga da Justiça. Enquanto isso, a CW vai muito bem, obrigado, com suas séries de TV Arrow, The Flash, Supergirl e Legends of Tomorrow.

Todas as séries conseguem balancear o lado sombrio e da luz de seus personagens. Todos eles estão ao redor de tragédias, possuem seus traumas e precisam enfrenta-los no dia a dia. Contudo, a essência dos quadrinhos está ali, aquela despretensão vista claramente em The Flash, os louros de ser um super-herói e, principalmente, a esperança, fazem hoje o universo DC da TV ser superior ao do cinema.

A discussão ganhou mais força com a chegada do Homem de Aço na TV para a segunda temporada de Supergirl. Apesar das primeiras imagens duvidosas, Tyler Hoechlin foi aos poucos conquistando os fãs por resgatar algo que falta no Superman de Henry Cavill: ser o símbolo da esperança.

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Ok, ainda é cedo falar, porque a segunda temporada de Supergirl só estreia semana que vem. Mas, as poucas imagens e o trailer (veja no player abaixo!) foram o bastante para perceber a mudança de visão, o resgaste daquele Homem de Aço que conquistou milhares de fãs e que o tornou um mito da cultura pop.

A CW mostrou uma clara influência à Era de Prata com a caracterização e personalidade do Superman interpretado por Hoechlin. Um homem que divide sua função como um repórter meio atrapalhado no Planeta Diário, mas que esconde o segredo de ser um super-herói que desperta, ou, pelo menos tenta despertar a bondade nas pessoas.

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Superman tem em sua trajetória momentos sombrios, mas nunca foi isso que definiu o personagem. Tanto em Homem de Aço como em Batman vs Superman, Clark Kent é deveras melancólico por tragédias passadas. Mas, a consciência de Jor-El na Fortaleza da Solidão, serviria para guiar os primeiros passos dele como herói.

O que fica claro, além de Zack Snyder não compreender o que Superman representa, é que a Warner Bros. Pictures não está sabendo lidar com o personagem para esta nova geração de fãs. Parece que as adaptações recentes vistas em Injustice e Arkham Asylum significa para o estúdio que os fãs gostariam de ver no cinema um Superman apenas parrudo e violento.

O que é uma pena, pois Henry Cavill demonstra ser o ator ideal para interpreta-lo nas adaptações cinematográficas. A caracterização está impecável, mas infelizmente ele está sendo prejudicado por roteiros desastrosos.

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A sombra de Christopher Reeve, o eterno Superman do cinema, acaba forçando Snyder e Cavill irem buscar uma nova abordagem do herói. Realmente, não gostaríamos de ver uma cópia de Reeve como aconteceu em Superman O Retorno (2006). Mas, desprezar tudo aquilo que fizeram do Superman um mito não é o melhor caminho. A todo instante, a figura de Kal-El é comparada a de Jesus Cristo, sendo uma espécie de Messias. Enquanto isso, Clark Kent está sendo desprezado nos filmes, o que é um grande erro.

A grande característica do Superman está em sua humanidade vista em Clark Kent. O figura do repórter nada mais é do que sua visão de ser um humano normal. Essa humanidade que o impulsiona, que o motiva ser o herói de Metropolis e do mundo. Mas, isso não quer dizer que ele seja um Deus.

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Em Supergirl, a CW optou por apresentar primeiro no trailer, Clark Kent atarefado enquanto conversa com seu editor. Isso é a forma da emissora mostrar que Superman é um cara normal, só que com super poderes. Em uma recente entrevista para a EW, Tyler Hoechlin definiu bem a figura do Superman e o que veremos na série:

“Para mim, Superman é um símbolo incrível de esperança para as crianças, que elas podem fazer qualquer coisa, que elas podem ser boas pessoas, e que pessoas boas podem triunfar sobre o mal. Você não tem que ser sombrio e pensativo e ficar sempre nesse estado de resistência masculina. Ele se senta naquele lugar muito esperançoso e otimista de que Kara [Supergirl] pretende estar.

Ou seja, a CW fez apenas o feijão com arroz para adaptar o Superman nas telinhas, enquanto a Warner Bros. buscou inventar e se complicou (até matou) o personagem nas telonas. Que a esperança retorne para o Homem de Aço nos próximos filmes. Ele merece e necessita disso!

A segunda temporada de Supergirl estreia em 10 de outubro nos EUA. No cinema, o Superman de Henry Cavill será visto em Liga da Justiça, que estreia em novembro de 2017.