Cinderela | Crítica | Cinderela | Crítica |

Cinderela | Crítica |

Divulgação/Prime Video

Cinderela já possui inúmeras releituras, incluindo uma recente da Disney. Quando uma nova versão foi anunciada com o intuito de repaginar o conto de fadas, um certo receio ficou no ar. Eis que a produção da Sony Pictures, lançado de forma exclusiva no Amazon Prime Video, foi uma agradável surpresa.

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Divulgação/Prime Video

Estrelado pela cantora cubana Camila Cabello, Cinderela possui uma linha narrativa bem interessante. A base é a mesma da original. Ella (Camila Cabello) é uma órfã que sofre nas mãos da madrasta Vivian (Idina Menzel), que faz de tudo para a jovem não participar da festa onde o príncipe Robert (Nicholas Galitzine) irá escolher sua pretendente. Contudo, Ella busca independência. Ela é uma talentosa estilista que busca ter o seu talento reconhecido. Seguindo o formato de musical, a jovem canta em alto e bom som músicas populares que exaltam sua jornada em conseguir o seu sonho.

O musical dirigido por Kay Cannon (Blockers) reserva espaço para alfinetar os clichês de contos de fadas, onde as princesas sonham em ter um lar, filhos e um príncipe encantado. Contudo, a história consegue ir além ao mostrar que Vivian na verdade está longe de ser uma vilã caricata, mas alguém com medo de sofrer represálias, já que as mulheres do vilarejo são impedidas seguirem seu próprio caminho sem um homem do lado. Uma visão que continua de certa forma atual. Enquanto Ella tem uma personalidade forte ao ponto de usar a estátua do pai do Rei como banco, o príncipe Robert possui a mesma inquietude da jovem, fazendo os dois se interessarem pelo outro. Não é o que está por fora que une o casal, mas o ímpeto pela liberdade.

Os números musicais funcionam muito bem, servindo de complemento da história. Foi uma boa escolha usar canções populares como “Somebody To Love”, do Queen, e “Seven Nation Army”, do The White Stripes. E, claro, Camila Cabello utiliza muito bem sua experiência como cantora para desempenhar os melhores números musicais do longa. Billy Porter está divertidíssimo como Fab G, a versão contemporânea da Fada Madrinha. Uma pena que o filme reservou tão pouco espaço para ele.

É natural que a versão contemporânea de Cinderela divida opiniões, já que o diferente pode incomodar. Mas, de um jeito despretensioso e divertido, a produção mostra que releituras são bem-vindas, desde que saibam atualizar de forma coerente uma história datada. Aqui, uma princesa latina em busca de sua autonomia.

3

BOM

É natural que a versão contemporânea de Cinderela divida opiniões, já que o diferente pode incomodar. Mas, de um jeito despretensioso e divertido, a produção mostra que releituras são bem-vindas, desde que saibam atualizar de forma coerente uma história datada. Aqui, uma princesa latina em busca de sua autonomia.