A Extraordinária Garota Chamada Estrela | Crítica | A Extraordinária Garota Chamada Estrela | Crítica |

A Extraordinária Garota Chamada Estrela | Crítica |

Reprodução/Disney
A Extraordinária Garota Chamada Estrela | Crítica |
Reprodução/Disney

A Extraordinária Garota Chamada Estrela é um dos principais lançamentos dos originais Disney+, serviço de streaming que chegou no último dia 17 de novembro no Brasil. Apesar do nome original Stargirl, o filme não tem nada a ver com a heroína da DC, que ganhou série na CW.

O longa dirigido por Julia Hart adapta o best-seller homônimo publicado por Jerry Spinelli. A história não é um esplendor de originalidade, mas conquista pelo encanto de sua protagonista, Estrela, interpretada pela estreante Grace VanderWaal. A novata encantou o público em 2016 na participação do reality musical America’s Got Talent, vencendo a décima primeira temporada da competição.

Com sua voz doce e seu inseparável ukulele, ela vive uma jovem misteriosa que encanta Leo (Graham Verchere), um típico estudante de ensino médio com uma filosofia simples: se você quer sobreviver, tem que se esconder na escola. Leo não quer ser notado, fazendo tudo de forma metódica: tirando boas notas e nas horas vagas toca na banda marcial do time de futebol americano da escola.

Estrela surge de forma mágica e canta “Feliz Aniversário” no dia que Leo completa anos. Educada em casa há anos pela mãe, a garota decide estudar em uma escola com o intuito de fazer amigos. Mas, quando tudo parecia perfeito, com o time de futebol começando a vencer depois dos números musicais de Estrela, a jovem acaba tomando algumas decisões que dividem a escola.

Contudo, é fácil compreender as motivações de Estrela. Ela não é diferente, apenas está resgatando o que deixamos para trás. Ela nos mostra o quanto somos egoístas ao ponto de não se importar quando um jogador adversário se lesiona de forma grave, ou quando simplesmente não desejamos um “Feliz Aniversário” para alguém.

Com sua personalidade, roupas excêntricas e coloridas lembrando os anos 90, e amor pelo ukulele, Estrela se torna uma luz onde tudo estava cinza. E mostra para Leo o quanto ele estava se encolhendo, quando deveria estar encarando o mundo afora.

Grace VanderWaal faz uma boa estreia como atriz, mostrando que tem futuro pela frente. Sua voz e performances musicais são carregadas de enorme magnetismo e autenticidade. A atriz tem ótima sintonia com Graham Verchere. Os dois proporcionam um dos momentos mais genuínos durante um número músical intimista e encantador.

Por falar no elenco, Giancarlo Esposito (Breaking Bad, The Boys, The Mandalorian) faz uma participação especial vivendo um mentor de Leo. Confesso que sua presença no filme não tem muita justificativa até o ato final do longa.

A direção de Julian Hart foge dos esteriótipos tradicionais de uma escola americana. Nada de alunos simbolizando o nerd, o atleta, o popular ou o rebelde. A narrativa deixa claro a existência de bullies, que acabaram traçando a personalidade de Leo na escola. O longa apenas peca durante o segundo para o terceiro ato, quando Estrela perde sua popularidade e acaba se distanciando de Leo. Essa transição ficou confusa e acaba prejudicando o desfecho de Estrela e Leo.

Por fim, A Extraordinária Garota Chamada Estrela é um filme doce e encantador. É uma amostra do caminho que será traçado para as produções originais do Disney+, encontrar um equilíbrio entre o público infantil e adulto na plataforma de streaming. Um filme que nos mostra a importância de exercer o nosso livre arbítrio.

Ps: Depois dos créditos finais, há um número musical com Grace VanderWaal cantando “Today and Tomorrow” para Graham Verchere. Só evidencia o quanto eles estavam conectados dentro e fora de cena.

3

Bom

A Extraordinária Garota Chamada Estrela é um filme doce e encantador. É uma amostra do caminho que será traçado para as produções originais do Disney+, encontrar um equilíbrio entre o público infantil e adulto na plataforma de streaming. Um filme que nos mostra a importância de exercer o nosso livre arbítrio.