A Saga do Monstro do Pântano, por Alan Moore - Mistério no Espaço A Saga do Monstro do Pântano, por Alan Moore - Mistério no Espaço

Ler é Bom, Vai | A Saga do Monstro do Pântano, por Alan Moore – Mistério no Espaço

Para onde levar o Monstro do Pântano depois de tudo que já fiz com ele, deve ter se perguntado Alan Moore. A resposta? O Espaço! “Mistério no Espaço” foi publicada originalmente em Swamp Thing #57 (fevereiro de 1987), escrita por Moore e desenhada por Rick Veitch e Alfredo Alcala.

Adam Strange é o personagem principal aqui. Correndo desesperado procurando o Raio Zeta que vai enviá-lo de volta para Rann, onde é um herói. Invadindo um shopping center no meio do deserto, e depois uma cabine ocupada de um banheiro público, para ter sua viagem de volta. E no meio dessa viagem ele tromba com o Monstro do Pântano. Monstro que ainda está perdido no espaço, desde os eventos de “Jardim das delícias terrenas” e “Meu paraíso azul“.

O planeta, porém, está diferente do que Adam lembra. Agora existem thanagarianos aqui. E se fala sobre a escassez de comida. Pela primeira vez Adam pensa que não existe comida nesse planeta. Ou porque não lembra de nunca ter visto crianças.

Adam Strange tem ainda a oportunidade de salvar o dia mais uma vez, ao destruir um monstro que ataca a cidade. Monstro que é o próprio Monstro do Pântano.

O herói do dia, mas que ainda é chamado de macaco

O legado de “Mistério no espaço”

Com a inscrição de “para leitores maduros” na capa, ainda assim é meio chocante como essa é uma história sobre sexo. Ou, para ser mais específico, sobre a falta dele. Adam Strange corre desesperado para os braços de sua amada Alanna.

Claro que existe amor envolvido, mas fica bem claro como nosso herói está necessitado, como ele mesmo diz. Necessitado de sexo. Enquanto ele luta contra o Monstro do Pântano, ele fica divagando sobre o corpo de Alanna, ou quanto precisa dela agora. E mostrando sua incomodação por ataques de monstros que impedem o casal de ficar junto. Após o triunfo, ele exibe um sorriso satisfeito e pensa “Alanna, estou voltando para casa!“.

Aprendemos um pouco mais sobre Rann no transcorrer dessa história. Sua língua é tratada como diferente da Terra, inclusive com o próprio Adam mostrando sua fluência no idioma, fato de estar há bastante tempo viajando para esse mundo.

Apesar de ser um herói para esse povo, possuir uma estátua e tudo, Adam ainda é visto como um forasteiro, um imigrante vindo de uma civilização que eles consideram inferior e atrasada. Depois que ele os salva, eles ficam fazendo gestos imitando um macaco, sinal que o consideram primitivo.

Sim, apesar de tão evoluídos e diferentes em alguns aspectos, o povo de Rann é muito semelhante ao da Terra.

Próxima edição: Exilados

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