Vai Ter Troco Vai Ter Troco

Vai Ter Troco I Crítica

Divulgação

Dirigido por Maurício Eça e produzido por Diane Maia, Vai Ter Troco chega aos cinemas em 17 de agosto. O filme é estrelado por Miá Mello como Sarita, Marcos Veras como Afonso Silva di Silva, Giovanna Grigio como Miranda, Nicholas Torres como John John, Nany People como Zildete, Edmilson Filho como Nivaldo e Evelyn Castro como Tonha, com participações especiais de Ludmilla e Falcão.

No filme, os empregados domésticos Tonha, Zildete e Nivaldo estão há meses trabalhando sem receber seus salários, mas os patrões seguem esbanjando dinheiro, apesar de alegarem estarem falidos. Durante a festa de noivado de Miranda, a filha do casal Silva di Silva, a polícia invade a mansão e prende seu pai e um famoso senador.

Então é divulgado que o empresário desviava dinheiro da merenda das escolas públicas, em parceria com o senador Vespúcio, e ambos estão presos por conta do “escândalo do merendão”. A polícia passa a interrogar os funcionários dos Silva di Silva, alegando que as pessoas que trabalham em uma casa sempre sabem o que se passa com os patrões.

Sem poderem pagar suas contas e ainda ajudando a manter a mansão em pleno funcionamento, Tonha e Zildete decidem, então, cobrar o pagamento atrasado, criando um clima tenso na mansão. A esposa de Afonso, Sarita, é uma mulher que vive de aparências e gosta muito de dinheiro e poder, mas não de trabalhar. Com isso a situação, tanto da família, quanto dos funcionários aperta mais ainda. Já o motorista Nivaldo faz seus bicos para complementar a renda e é ele quem introduz John John ao mundo das senhoras do condomínio. Então, o filho mais novo dos Silva di Silva passa a fazer programa para ganhar algum dinheiro.

Vai Ter Troco procura mostrar a realidade do trabalhador brasileiro focando na grande diferença de estilo de vida entre as classes sociais. Os empregados pobres passam perrengue no transporte público para chegar ao trabalho, têm dificuldades para dar uma boa educação aos filhos, lutam para colocar comida na mesa e ainda são obrigados a aguentarem demandas muito maiores do que deveriam, além de terem que engolir muito sapo e lidarem com a falta de consideração dos patrões. Do lado oposto estão os patrões (supostamente) ricos e fúteis, cujas principais preocupações são suas roupas, cirurgias plásticas e seguidores nas redes sociais – e que mesmo falidos não tomam um choque de realidade.

Claro, tudo acontece com uma proposta de ser divertido, utilizando a mesma fórmula presente em muitas outras comédias nacionais, com muitas piadinhas e um humor meio pastelão. O problema é que essas comédias em geral costumam ridicularizar as pessoas mais humildes e o longa em questão não foge disso. Mais uma vez vemos o estereótipo da pessoa que se veste mal, fala errado e é escandalosa, mas tem bom coração. A premissa tinha bastante potencial e o elenco é bastante competente, mas os diálogos e a construção dos personagens deixa muito a desejar.

Se você é fã de comédias nacionais do mesmo estilo, como Os Farofeiros, Os Suburbanos – O Filme e Tô Ryca, possivelmente verá graça em Vai Ter Troco. Mas, se não é o seu caso, melhor esperar chegar no streaming.

2.5

Regular

Apesar de uma premissa interessante e um bom elenco, Vai Ter Troco peca nos diálogos forçados e nos personagens estereotipados, entregando poucos momentos realmente engraçados.