Os Novos Mutantes | Crítica | Os Novos Mutantes | Crítica |

Os Novos Mutantes | Crítica |

Reprodução/Walt Disney Company
Os Novos Mutantes | Crítica |
Divulgação/Walt Disney Company

Os Novos Mutantes finalmente saiu. Mas se bem que a adaptação dos personagens do universo X-Men poderia ter ficado engavetada. Previsto para ser lançado em 2018, o longa produzido pela Fox (agora nas mãos da Disney) sofreu cinco adiamentos e chega aos cinemas no meio de uma pandemia em 2020.

Parece que a Disney sabia do problemão que tinha em mãos e fez pouco caso com o lançamento do filme. Lançar Os Novos Mutantes agora foi uma forma de se livrar desse abacaxi o quanto antes.

Dirigido por Josh Boone (A Culpa é das Estrelas), a trama é ambientada em uma mansão isolada, onde um grupo de jovens mutantes estão sendo observados pela Dra Cecilia Reys (Alice Braga). São eles: Illyana Rasputin (Anya Taylor-Joy), Rahne Sinclair/Lupina (Maisie Williams), Roberto da Costa/Mancha Solar (Henry Zaga) e Samuel Guthrie/Míssil (Charlie Heaton). Não precisa ser nenhum expert para notar que aquele local não é o que parece. E surpreende ainda mais que os mutantes permaneçam ali sem pestanejar. Apenas com a chegada de Danielle Moonstar/Miragem (Blu Hunt) que surgem uma série de eventos bizarros e eles formam uma aliança para sair dali com vida.

Josh Boone tentou dar uma pegada mais sombria para a narrativa, ser menos um filme de heróis. Contudo, o diretor esqueceu de uma base sólida para seus protagonistas. As origens dos personagens são rasas – alguns com mais detalhes do que outros – e a relação com o universo X-Men é nula. Escrito em parceria com Knate Lee, Boone jamais convence em uma narrativa sem profundidade.

Sendo assim, as atuações são sofríveis. Exceção para Maisie Williams, que ainda esforça para construir uma Rahne Sinclair de forma coesa. É a única personagem que consegue evoluir (a poucos passos) no longa. A sempre ótima Anya Taylor-Joy (brilhante em O Gambito da Rainha) foi um desperdício de talento no papel de Illyana Rasputin, a Magia. Sua interpretação é resumida em fazer cara de má e encarnar a típica garota rebelde daqueles filmes adolescentes dos anos 80. O terceiro ato reserva um grande momento para a personagem, mas muito aquém para um filme do gênero. A escalação de Blu Hunt como Dani Moonstar/Miragem foi um verdadeiro desastre. A atriz é inexpressiva e piora pela forma deturpada que os poderes da garota são apresentados no filme. E o desfecho é vergonhoso.

A ala masculina Samuel Guthrie/Míssil (Charlie Heaton) e Roberto da Costa/Mancha Solar (Henry Zaga) entra muda e sai calada. Vivendo um mutante brasileiro, Henry Zaga solta um “gatinha” para que ficamos convencidos de que estamos diante de um brazuca. A interpretação de Heaton é tão problemática quanto a apresentação de seu personagem. É difícil falar se houve uma edição em Os Novos Mutantes, já que do segundo para o terceiro ato são vários retalhos e a consequência é um um filme precisando urgentemente de um roteiro.

Após 20 anos do primeiro filme lançado nos cinemas, a franquia X-Men foi de altos e baixos. X-Men: Primeira Classe foi o que mais se aproximou da obra original, enquanto o mais recente, X-Men: Fênix Negra, é o que de pior aconteceu nesse universo cinematográfico. Pelo menos, Os Novos Mutantes foi melhor que o último filme dos X-Men. Mas isso não quer dizer muita coisa.

Uma despedida melancólica dos mutantes na Fox.

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Ruim

Após 20 anos do primeiro filme lançado nos cinemas, a franquia X-Men foi de altos e baixos. X-Men: Primeira Classe foi o que mais se aproximou da obra original, enquanto o mais recente, X-Men: Fênix Negra, é o que de pior aconteceu nesse universo cinematográfico. Pelo menos, Os Novos Mutantes foi melhor que o último filme dos X-Men. Mas isso não quer dizer muita coisa.