The Boys foi uma das grandes surpresas do Amazon Prime Video em 2019. Diante de tantas séries e filmes inspirados em super-heróis, a adaptação da HQ de Garth Ennis e Darick Robertson, coloca de cabeça pra baixo o que conhecemos sobre os heróis, mostrando que eles podem não ser tão perfeitos assim. O grupo liderado pelo Capitão Pátria seria uma espécie de Liga da Justiça às avessas.
Recapitulando, The Boys mostra uma visão irreverente do que acontece quando super-heróis, que são tão populares quanto celebridades, tão influentes quanto políticos e tão reverenciados como deuses, abusam de seus superpoderes ao invés de usá-los para o bem. Um grupo intitulado The Boys embarcam em uma jornada heroica para expor a verdade sobre “Os Sete” com o apoio da Vought – o conglomerado multibilionário que administra estes heróis e encobre todos seus segredos.
A segunda temporada de The Boys retorna alguns meses depois dos eventos da primeira temporada. Com o grupo de rapazes foragidos e sem o líder Butcher (Karl Urban). Eles foram acusados pela morte de Madelyn, personagem de Elisabeth Shue. Legal a recriação do susposto envolvimento deles na morte de Madelyn em um programa sensacionalista de TV. Já fica a deixa de que a tônica da série continuará sarcástica e de muito humor negro. Enquanto isso, Hughie (Jack Quaid) mantém contato com Annie (Erin Moriarty), a Starlight. Ela descobre que existe a possibilidade de obter uma amostra do composto V.
Stormfront (ou Tempesta) é apresentada e se torna o mais novo membro dos Sete. Vivida por Aya Cash, a personagem era originalmente um homem nos quadrinhos. O temperamento de Stormfront demonstra que será um dos grandes problemas não apenas para os Sete, mas para Vought e a sociedade. Se o Capitão Pátria é considerado um sujeito sórdido, Stormfront caminha para algo muito pior nos eventos do terceiro episódio quando ela revela sua real face.
Os episódios 2 e 3 seguem o grupo The Boys perseguindo o Super Terrorista, contrabandeado pelos amigos do Francês. Quando pareciam que estavam pertos de uma pista, algo trágico acontece. E Butcher os reencontra, mas ainda em choque com a descoberta que sua esposa Becca (Shantel VanSanten), está viva. O início da nova temporada foca na ameaça do Super Terrorista, que se revela alguém próximo de Kimiko. O terceiro episódio tem momentos eletrizantes de ação, algumas delas reveladas em um clipe na San Diego Comic-Con.
A segunda temporada se aprofunda nos dramas pessoais de cada personagem. Capitão Pátria sente a perda de Madelyn, a única que conseguia frear suas ações. A performance de Antony Starr segue brilhante, proporcionando momentos ainda mais insanos e nojentos do que no primeiro ano da série. Vale destacar o embate entre Capitão Pátria e o CEO da Vought, vivido pelo ótimo Giancarlo Esposito. O diálogo entre os dois é um dos pontos altos no início desta temporada.
Starlight (Erin Moriarty), Kimiko (Karen Fukuhara) e Queen Maeve (Dominique McElligott) ganham mais espaço. O protagonismo feminino é debatido e a série discute isso de forma orgânica,. Há críticas severas sob o olhar da sociedade a respeito das mulheres. Há um momento muito importante quando Starlight começa a ficar desconfortável por estar respondendo as perguntas de praxe, puxando sempre para o cunho sexual. Em contrapartida, The Deep (Chace Ctawford) e A-Train (Jessie Usher) não evoluem e são postos de lado. Houve uma certa forçação de barra em justificar os traumas de The Depp, mas que não convencem e afetam o ritmo da série. Os momentos em que A-Train aparece também não contribuem para o desenvolvimento da trama.
Com a terceira temporada já confirmada, a trama já deixa pistas para o próximo ano. O nome de Soldier Boy é mencionado pela primeira vez. Ele é considerado o super-herói original. Depois que Soldier Boy lutou na Segunda Guerra Mundial, ele se tornou a primeira super celebridade, e uma referência da cultura americana por décadas. O personagem será vivido por Jensen Ackles, o Dean de Supernatural.
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Com a presença de Tempesta, a série abre espaço para discussões mais sérias e atuais, principalmente nos Estados Unidos. Xenofobia e o movimento crescente de supremacistas brancos são abordados em uma clara crítica para a socidade americana e de algumas figuras políticas estadunidenses.
A segunda temporada de The Boys eleva o patamar de qualidade da série. Há muita ação, drama e sarcasmo. Há sequências insanas e grotescas, mas nunca usadas de forma gratuita. É nítido que a violência utilizada busca o equilíbrio entre chocar o público e causar um desfecho para a narrativa. Sempre importante lembrar que não se trata de uma série recomendada para menores de 18 anos.
Os três primeiros episódios da segunda temporada de The Boys estão disponíveis no Prime Video. O restante dos episódios serão lançados de forma semanal no serviço de streaming.
Ótimo
A segunda temporada de The Boys eleva o patamar de qualidade da série. Há muita ação, drama e sarcasmo. Há sequências insanas e grotescas, mas nunca usadas de forma gratuita.
