Mães Paralelas | Crítica Mães Paralelas | Crítica

Mães Paralelas | Crítica

Divulgação/Netflix

Mães Paralelas (Madres Paralelas), novo longa de Pedro Almodóvar (Dor e Glória, Volver), esteve presente em vários festivais de cinema ao longo de 2021. Apesar de não ser o escolhido da Espanha para disputar o Oscar de Filme Internacional em 2022, o longa com distribuição internacional da Sony Pictures foi lembrado na categoria Melhor Atriz para Penélope Cruz, nome sempre presente nos filmes de Almodóvar, que entrega uma das grandes performances da carreira.

Mães Paralelas | Crítica
Divulgação/Netflix

Depois de uma semana em cartaz nos cinemas do Brasil, Mães Paralelas chegou na última sexta-feira, 18, na Netflix. Falando nisso, o catálogo adicionou outros importantes filmes de Pedro Almodóvar, o que deixa o serviço de streaming ainda mais com cheirinho de sétima arte.

Pedro Almodóvar é um dos nome mais importantes do cinema internacional (apesar de Tom Holland não saber quem é). O que faz dele genial é sua forma de aproximar o público de temas conflitantes e que parecem complexos demais para desenvolver uma história. Em Mães Paralelas, o diretor narra o drama de duas mães solteiras usando como pano de fundo um subtexto político. O resultado é uma experiência sem igual.

Na trama, duas mulheres, Janis e Ana, dividem um quarto de hospital onde vão dar à luz. Ambas são solteiras e engravidaram por acidente. Janis, uma mulher de meia-idade, não se arrepende e está exultante. Já Ana, adolescente, está assustada, arrependida e traumatizada. Janis tenta encorajá-la enquanto elas conversam pelos corredores do hospital. As poucas palavras que trocam nestas horas vão criar um vínculo estreito entre elas e mudar suas vidas de forma decisiva.

No papel de Janis, Penélope Cruz faz jus a indicação ao Oscar. Sua performance é imponente. Musa dos filmes de Almodóvar, sua atuação poderia ser sempre repetitiva ou no modo automático. Mas, tanto diretor e atriz se desafiam e se sobressaem surpreendendo o público. O drama de Janis tem um impacto emocional porque vai atingir qualquer mãe solteira pelo mundo. É mais um exemplo que os filmes de Pedro Almodóvar são universais.

Toda a narrativa é emocionante e não força a lágrima do espectador a todo custo. Cruz conta com o apoio de Milena Smit, que está incrível no papel de Ana. É fácil em filmes assim que a atriz principal tenha todos os holofotes. Mas, Milena conquista seu espaço e desempenha uma grande performance. Ao final, é um filme sobre Janis e Ana. É sobre como uma mulher experiente pode aprender de uma mais jovem e vice-versa.

Pedro Almodóvar vai além de uma história sobre mães solteiras e estabelece o pano de fundo o trauma coletivo da Guerra Civil Espanhola, com muitas famílias buscando respostas sobre suas origens apagadas pela guerra. Isso não é jogado à toa. Um dos elementos chave sobre o filme é a busca pela verdade. Janis descobre algo que aconteceu no hospital durante o nascimento de sua filha, levando-a encontrar respostas. Enquanto isso, seu trabalho como fotógrafa levanta questões sobre histórias destruídas, mas com a possibilidade de serem levantadas.

Mães Paralelas é mais um filme de Pedro Almodóvar que pode parecer simples no início. Mas é uma intensa história dramática, revelando que tem muito mais nas entrelinhas. Uma conexão mágica entre Pedro Almodóvar e Penélope Cruz em seu oitavo filme juntos. O resultado é mais uma parceria para ser ovacionada.

4

ÓTIMO

Mães Paralelas é mais um filme de Pedro Almodóvar que pode parecer simples no início. Mas é uma intensa história dramática, revelando que tem muito mais nas entrelinhas. Uma conexão mágica entre Pedro Almodóvar e Penélope Cruz em seu oitavo filme juntos. O resultado é mais uma parceria para ser ovacionada.