Crítica | Rogue One – Uma História Star Wars é o resultado de um fanservice bem feito

Rogue One – Uma História Star Wars tinha um caminho, no mínimo, complicado para trilhar: ser parte integrante do Universo de Guerra nas Estrelas e ainda adicionar algo novo à franquia. Inicialmente, o longa consegue atingir ambas as expectativas e deixar, principalmente, o público mais saudosista impactado com toda a sua reverência à série clássica. Rogue One usa e abusa do fanservice, o que para muitos foi o grande problema do filme, mas não é o caso. As presenças de personagens clássicos da franquia como: General Tarkin, o Senador Organa e, principalmente, Darth Vader são elementos nostálgicos muito bem-vindos.

Ainda falando sobre a história, o filme utiliza o não explicado roubo dos Rebeldes dos planos da Estrela da Morte para se desenvolver e também aproveita para responder algumas dúvidas antigas. Um dos pontos negativos do longa está, justamente, no começo arrastado e pouco interessante. A apresentação do personagem de Mads Mikkelsen é necessária, mas o desenvolvimento é muito monótono. Já o maior problema do filme reside na protagonista Jyn Erso, interpretada pela atriz Felicity Jones, as motivações da personagem são pouco desenvolvidas e seu ponto de virada é muito conveniente e pouco verossímil. A comparação fica ainda mais pesada, quando olhamos para Rey, ou para os próprios personagens secundários do filme.

Talvez o maior destaque do filme fique por conta dos personagens secundários extremamente carismáticos do filme. As participações de Diego Luna como Cassian Andor, Donnie Yen como Chirrut Imwe e o robô K-2SO interpretado por Alan Tudyk são ótimas. Aliás, grande parte das piadas são relacionadas a K-2SO e são extremamente divertidas. O maior feito de Rogue One é conseguir explorar a guerra entre Império e Rebeldes por outro ângulo, mostrando os horrores da qualquer conflito armado, as decisões dúbias que precisam ser tomadas e se afastar da atmosfera positiva dos filmes clássicos. Todos esses pontos podem ser creditados a excelente direção de Gareth Edwards. É curioso que um filme com tal premissa tenha demorado tanto para dar as caras, levando em conta o riquíssimo mundo de Star Wars.

Os efeitos especiais de Rogue One são sensacionais, tornando quase impossível diferenciar o que é efeito prático e o que é CGI – vale destacar as aparições de personagens clássicos usando a computação gráfica. Outro elogio a computação gráfica fica por conta da épica batalha espacial ocorrida no final do filme, que é a mais verossímil de toda a franquia.

Em termos dos elementos clássicos, é aqui que o filme cresce. A participação magistral de Darth Vader adiciona um elemento interessante a trama e mostra toda a imponência do maior vilão de todos os tempos. Todas essas referências são muito bem-vindas, mas talvez falhem em conversar com o público não fã de Star Wars, mas isso é um detalhe, já que o filme é realmente mais voltado para os fãs da trilogia original.

Rogue One – Uma História Star Wars cumpre seu papel como primeiro filme derivado da franquia. Apesar de focar mais nos fãs antigos, a boa dose de fanservice, os personagens secundários cativantes, as respostas a perguntas antigas e atmosfera de filme de guerra, transformam o longa em um dos melhores blockbusters de 2016.

  • Ótimo
4

Resumo

Rogue One – Uma História Star Wars cumpre seu papel como primeiro filme derivado da franquia. Apesar de focar mais nos fãs antigos, a boa dose de fanservice, os personagens secundários cativantes, as respostas a perguntas antigas e atmosfera de filme de guerra, transformam o longa em um dos melhores blockbusters de 2016.