A Contadora de Filmes segue a história de uma família que mora em uma pequena cidade no deserto do Atacama que a única renda da cidade vem das minas de salitre. Dentro dessa monotonia e por terem pouco dinheiro, a diversão da família é ir ao cinema todos os domingos. Mas quando seu pai sofre um acidente e a renda familiar diminui e apenas um dos filhos pode continuar a frequentar o cinema. María, escolhida para assistir e narrar os filmes, revela um dom extraordinário, transformando sua vida e a de todos ao seu redor com sua sua maneira de contar histórias, tornando a responsável pela renda da família.
Apesar de ter uma história emocionante, o filme peca em alguns segmentos que se estendem muito e tornam a narrativa maçante. Por se passar em diferentes anos, acompanhamos Maria (Sara Becker) em três estágios da sua vida, alguns onde ela é a coadjuvante, como acontece no primeiro ato, e outros onde mostram seu protagonismo.
São nesses momentos de protagonismo, próximo da metade do filme, em que A Contadora de Filmes brilha, a atuação de Sara Becker consegue mostrar as diversas camadas da personagem que precisa lidar com a pressão de ser a principal provedora da família desde a infância até a fase adulta e sua luta para entender qual é a sua história e quais são as suas próprias vontades.
As atuações são um prato cheio que servem para conduzir o filme de forma magistral, além do protagonismo de Sara Becker, Bérénice Bejo, que interpreta a matriarca Maria Magnólia, tem uma interpretação magistral que consegue cativar e emocionar o espectador nos pequenos detalhes, seu olhar consegue transmitir as dificuldades e tristezas por trás da fachada de “dona do lar” que ela precisa interpretar para as crianças, o marido e a sociedade.
A inconsistência dos segmentos do filme é algo que afeta a imersão do espectador, principalmente em seu desfecho que poderia terminar de uma forma emocionante mas que decide se estender por pouco mais de 20 minutos, diminuindo o impacto e o drama da narrativa.
No mais, A Contadora de Histórias é uma história emocionante sobre o papel da mulher na sociedade e como, muitas vezes, a individualidade e os sonhos são deixados de lado para se adequar às normas da sociedade e o papel de gênero que lhe foi estabelecido. Mesmo sendo um tema importante de ser relatado, alguns momentos parecem ser arrastados e acabam afetando a relação entre público e obra.
A Contadora de Histórias já está em cartaz nos cinemas brasileiros.
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A Contadora de Histórias é uma história emocionante sobre o papel da mulher na sociedade e como, muitas vezes, a individualidade e os sonhos são deixados de lado para se adequar às normas da sociedade e o papel de gênero que lhe foi estabelecido. Mesmo sendo um tema importante de ser relatado, alguns momentos parecem ser arrastados e acabam afetando a relação entre público e obra.