THE OLD GUARD (2020) da Netflix THE OLD GUARD (2020) da Netflix

The Old Guard | Crítica | Mais um longa de potencial da Netflix

Reprodução/Netflix

The Old Guard Crítica

The Old Guard é o mais novo filme de ação da Netflix, que vem apostando no gênero de uns tempos pra cá. Assim como Resgate, a produção do serviço de streaming adapta uma HQ. Greg Rucka não apenas assina a história em quadrinhos, como também escreveu o roteiro do filme dirigido por Gina Prince-Bythewood. Assim, o filme mantém a essência da história original, dosando ação e seus aspectos mais melancólicos e sombrios. Na verdade, o filme pouco vai na ação, já que serve mais de introdução para uma possível franquia. Este é o ponto que faz do filme ser avaliado de forma negativa para alguns.

Estrelado pela ótima Charlize Theron, que vem se consagrando em papeis de filmes de ação, The Old Guard trabalha conceitos interessantes como o dom da imortalidade e suas consequências. Andy, personagem de Theron, possui milhares de anos. Ela já viu de tudo e sua performance consegue passar o peso que carrega diante de tantas perdas. E claro, sua experiência imensurável torna-a uma guerreira letal.

Ao longo do caminho, Andy encontra outros imortais como Booker (Matthias Schoenaerts) e os amantes Joe (Marwan Kenzari) e Nicky (Luca Marinelli) para ajudá-la em várias missões em defesa da humanidade. Eles fazem de tudo para não serem descobertos, atuando sempre nas sombras. Contudo, Andy e sua equipe caem na armadilha criada pelo misterioso Sr. Copley (Chiwetel Ejiofor), a pedido do CEO da empresa farmacêutica Merrick (Harry Melling), que quer explorar o DNA dos imortais e vende-las como produtos. Forçados a fugir, a vida da equipe fica ainda mais complicada quando descobrem uma nova imortal, Nilo (KiKi Layne), uma fuzileira naval que agora descobre que não pode ser morta. Enquanto Andy e a equipe trabalham para escapar de Merrick , eles também tentam recrutar Nile para o grupo e mostrar a ela o objetivo de suas missões.

Conhecida por filmes de romance, Gina Prince-Bythewood faz uma boa estreia no gênero ação. É fácil notar sua vontade de explorar mais a relação de Andy e seus parceiros imortais. Ela sabe que para a história se manter firme precisa dos personagens. Embora pouco explorado, de forma intencional, o arco de Andy é que mais consegue cativar o telespectador. Mas, quando o filme vai na ação, a diretora aposta em cenas bem coreografadas e de forma limpa, rápida, eficiente e brutal.

Embora Theron seja o grande destaque, o filme trabalha com eficiência os outros imortais. Joe e Nicky não estão ali apenas para formarem um momento gay. Eles são mais do que isso. Em uma cena, Joe expõe para capangas (homofóbicos) que o capturaram o que significa seu amor por Nicky. Mais do que o desejo. E o longa fez questão de prolongar muitas cenas entre os dois, sabendo que um pequeno diálogo correria o risco de ser deletado em países que não aceitam cenas românticas entre duas pessoas do mesmo sexo.


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The Old Guard tinha bagagem para que muita coisa fosse explorada. É uma pena que o filme funciona mais como um episódio piloto do que um filme. O roteiro desperta sempre a curiosidade de quem está assistindo. Isso é legal, já que mantém a atenção durante a trama. Mas o filme não se aprofunda na origem da imortalidade do grupo de Andy ou em um artefato histórico que a protagonista carrega, por exemplo. Tudo é construído para que as respostas sejam dadas no próximo filme. Um risco, já que a sequência nem sequer foi confirmada.

Contudo, é mais um longa certeiro da Netflix em tempos de pandemia, onde filmes como The Old Guard se tornam um bom entretenimento. Parecia mais um filme de ação com um bando de mercenários em uma missão suicida, mas Gina Prince-Bythewood direciona a atenção para os personagens, todos eles com muito a dizer.

3

Bom

Parecia mais um filme de ação com um bando de mercenários em uma missão suicida, mas Gina Prince-Bythewood direciona a atenção para os personagens, todos eles com muito a dizer.