Eu Nunca… é uma série recente da Netflix, lançada ainda em abril. Seu nome remete a uma brincadeira frequente entre adolescentes e são justamente eles o foco dessa comédia pouco comum.
Inspirada na infância da produtora, Mindy Kaling, a série possui 10 episódios curtos, que relatam a vida da adolescente Devi Vishwakumar (Maitreyi Ramakrishnan). Ela acaba de perder o pai (Sendhil Ramamurthy), lida com o luto e enfrenta as peculiaridades do ensino médio e uma paixão não correspondida – clássico né?
Apesar de parecer mais um enredo comum de história adolescente, Eu Nunca… tem suas características próprias e, por isso, há muitos motivos para você assistir a série:
1. Diversidade e representatividade

Em Eu Nunca…, vemos uma narrativa com personagens de diferentes gostos, estilos, etnias e orientações sexuais. A protagonista, Devi, é uma nerd indiana, totalmente fora do padrão, que, no começo da série, precisa andar em uma cadeira de rodas.
Uma de suas amigas, a Eleanor (Ramona Young), é asiática, fã de teatro e drama, está sempre com looks bem coloridos e chamativos. Sua outra amiga, a Fabíola (Lee Rodriguez), tem um estilo totalmente diferente, mais sério, e também é uma nerd, que entende tudo de computação. O grande drama dessa personagem, no entanto, é que ela está lidando com a descoberta da sua homossexualidade.
Apesar do bonitão do colégio seguir um pouco a linha do garoto malhado, Paxton (Darren Barnet) tem descendência asiática, seus avós são japoneses e ele, inclusive, fala o idioma. Além disso, ele tem uma irmã, Rebecca (Lily D. Moore), que tem síndrome de down.
2. Trilha sonora viciante

A trilha sonora da série é incrível e viciante. Mescla músicas eletrônicas e do pop contemporâneo, como Playing Games, da Anna of the North, e hits um pouco mais antigos, como Dancing on my own, da Robyn. Assim, a energia do eletropop acompanha bem as diferentes emoções e momentos vivenciados pelos protagonistas adolescentes.
3. Mais sobre a cultura da Índia e o Hinduísmo

A família da protagonista é indiana e hinduísta. A partir disso, acompanhamos alguns aspectos dessa cultura. Um exemplo é o drama das mulheres, tal como o de Kamala (Richa Moorjani), prima de Devi. A jovem vive como outras garotas americanas da sua idade, ela estuda e quer uma vida independente, entretanto, ainda é submetida ao casamento arranjado.
No episódio 4, também vemos a família de Devi participando de um ritual do hinduísmo, o Puja. Trata-se de uma cerimônia de oração e adoração. E, então, conhecemos um pouco das tradições ao acompanhar as personagens, que se vestem adequadamente para o evento e seguem a celebração – ainda que Devi não seja muito feliz fazendo isso.
4. Os narradores já são velhos conhecidos

Quem narra a maior parte da série Eu Nunca… é John McEnroen, o famoso ex-tenista profissional norte-americano, que – não aleatoriamente – era ídolo do pai da protagonista. Além do atleta, no episódio 6, temos a presença ilustre de Andy Samberg para narrar. Sim! O Jake Peralta de Brooklyn Nine-Nine.
5. Eu Nunca… é mais que um romance adolescente

A história, que a princípio parece só mais um romance adolescente tradicional, não é dessas que o casal fica junto no final e tudo são mil maravilhas. Na verdade, Eu Nunca… fala sobre temas mais profundos.
A protagonista está vivendo o luto, pela perda do seu pai, e ela mesma não percebe como isso a afeta. Desse modo, vemos as dores desse sentimento sendo encaradas por duas personagens. Em primeiro plano, está Devi, que foge dessa realidade e age de modo meio rebelde. E, do outro lado, a mãe (Poorna Jagannathan), que acaba reprimindo muitas emoções e impondo um regime controlador à filha.
Com tudo isso, a narrativa acaba se tornando um drama familiar que envolve luto, sentimentos, emoções profundas e reconciliação. Tudo isso garante mais seriedade à série, incluindo boas reflexões sobre a vida e as relações.