Crítica | You é um dos melhores thrillers disponíveis na Netflix

O ano de 2019 mal começou, mas ainda estamos tentando nos recuperar do final de 2018. Uma de nossas séries favoritas do ano, chegou a Netflix faltando seis dias para o mesmo acabar. Quem diria não é mesmo? A história por trás do roteiro de You chegou as livrarias em fevereiro do ano passado. O livro de capa simples branca e vermelha não demonstra o intenso conteúdo em seu interior. Publicado no Brasil pela Editora Rocco, certamente nos surpreendeu com sua adaptação.

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You é o tipo de série que não dá para largar. Uma vez que você tenha dado o play, só irá descansar quando os créditos do último episódio começarem a subir. A trama é tão envolvente, bem entrelaçada e instigante, que ansiamos por mais e mais a cada capítulo. Disponível na Netflix desde o dia 26 de dezembro, You já teve até mesmo uma segunda temporada confirmada. Embora tenha ido ao ar em setembro na TV americana, teve seus direitos adquiridos pelo serviço de streaming.

A História

Um dos motivos que torna You tão intrigante, são as subtramas que giram em torno do assunto principal. Logo no começo a série nos apresenta seus protagonistas, vividos por Penn Badgley e Elizabeth Lail.

Joe é apaixonado por livros e por suas histórias. Ele segue uma vida aparentemente calma como gerente de livraria, mas vê seu mundo virar ao contrário quando Beck atravessa a porta da loja. Ela por sua vez, tenta ganhar a vida como escritora, mas enfrenta os inúmeros desafios de estrear no mercado literário. Não demora para Joe se apaixonar. Ao passo que Beck transita por entre as estantes, ele sente seu coração se entregar a jovem, mesmo que não a conheça. Joe começa então, sua jornada rumo a conquista da menina.

Diferente de um simples relacionamento, Joe não enxerga limites em sua motivação. Ele acredita ser a pessoa ideal para Beck, e condena tudo e todos de seus ciclos sociais. Principalmente Peach (Shay Mitchell).

You

Joe é completamente obcecado por Beck. Seus sentimentos, por mais que sejam puros, ultrapassam o limite da normalidade e da segurança. Quando pessoas ameaçam cruzar seu caminho e atrapalhar seu relacionamento, ele justifica suas ações através do amor.

Mesmo que você assista a todos os episódios, é difícil estabelecer um único sentimento sobre os personagens. É possível determinar um vilão e uma mocinha? Temos as razões óbvias para acreditar que Joe é uma pessoa ruim, que não merece nenhum tipo de valor. De mesmo modo, Beck é a típica menina inocente, apaixonada por romances e que se deixa levar pelos amigos. Mas até que ponto certas ações podem ou não ser perdoadas? Acreditem, a curiosidade vai te fazer se apaixonar ainda mais pela série.

Boa parte dos episódios de You se passa pelo ponto de vista de Joe, mas Beck também tem sua chance de falar. A alternância é fundamental para conseguirmos entender o que a jovem está pensando. Temos a visão de um dos protagonistas, e a tendência é que julguemos os fatos por ela. Quando a visão de Beck entra na jogada, Joe se torna o alvo e a perspectiva é completamente diferente.

O Elenco de You

Embora saibamos que o comportamento de Joe é deplorável, é difícil não criar empatia com Penn Badgley. O ator apresenta trejeitos joviais, com uma pinta de bom moço e um olhar extremamente calmo. A maneira como Joe lida com Paco, por exemplo, é adorável. Beira até mesmo a um sentimento paternal. É visível seu afeto por Beck no olhar de Badgley, que dá um show de atuação no papel do protagonista. A facilidade com que ele vagueia entre o homem apaixonado e o stalker lunático é impressionante, além de ser fundamental para o papel.

Elizabeth Lail por sua vez, faz um ótimo de papel de vítima. O público consegue enxergar tudo através das emoções de Beck, mesmo que não seja a atriz que comece narrando a história. Conseguimos nos identificar com a personagem do início ao fim. E diferente do imaginado no livro, Elizabeth não entrega uma protagonista apagada. A atriz divide o protagonismo com Badgley a todo momento.

Por fim, os nomes de Shay Mitchell (Peach) e Luca Padovan (Paco) merecem ser mencionados. Mesmo que não assumam o protagonismo, também não podem ser chamados de figurantes. Ambos atuam brilhantemente nas cenas em que aparecem.