Michael C. Hall Michael C. Hall

Crítica | Safe se destaca pelo enorme talento de Michael C. Hall

Há cerca de uma semana, a Netflix adicionou mais uma série a seu numeroso cardápio de produções. Embora as últimas adições talvez não tenham sido das melhores (como Anon e The Titan), com Safe eles acertaram em cheio. O thriller de suspense contém apenas oito episódios, que simplesmente voam diante dos olhos. A premissa não é das mais originais, mas o talento de seu protagonista a faz ganhar destaque.

Depois de um tempo longe das telas, Michael C. Hall retorna com o pé direito. Caso você seja daqueles que ainda não superou o (terrível) final de Dexter, essa é uma chance de fazer as pazes com o ator. Ele consegue transformar a trama em um espetáculo de suspense e mistério, tenso do início ao fim. Em suma, Safe não é daquelas séries que renderá diversas temporadas, pelo contrário. Durante seus oito episódios conhecemos o início, meio e fim da história, e tentar prolongá-la poderia prejudicar a ótima impressão que já causou.

A Série

A história se passa em um subúrbio luxuoso de Londres, onde famílias se escondem por trás dos muros gigantescos de suas mansões. Vivendo em uma espécie de bolha, a única preocupação de jovens adolescentes é qual roupa usar na próxima festa. Em uma delas, o nível de álcool e drogas passa dos limites e o resultado é um jovem casal desaparecido. Mesmo que a família de Chris Chahal (Freddie Thorp) não se preocupe com o menino, Tom Delaney (Michael C. Hall) não consegue parar de procurar a filha mais velha Jenny (Amy James-Kelly). Ele é um renomado cirurgião pediatra, que perdeu a esposa meses antes. Enquanto tenta reorganizar a vida, algumas prioridades podem ter passado despercebidas. Quando Jenny desaparece, tudo vem à tona.

Safe
Reprodução/Netflix

A vida na comunidade parecia tranquila dentro dos muros gradeados. Um assassinato acaba por transformar a “ficção” dos ricos em uma realidade destroçada. A rede de intrigas e mentiras cresce a cada episódio, e ninguém fica de fora das tramóias. Ações desencadeiam outras e no final estamos diante de uma grande bola de neve. Os ganchos criados para interligar as cenas são muito bem desenvolvidos, o que nos prende a série desde os primeiros minutos. Não há um único plot twist, mas diversas revelações e reviravoltas incríveis. Ao final, o desaparecimento dos jovens se torna o menor dos problemas. Os muros de concreto não são suficientes para manter os problemas do lado de fora e muito menos do lado de dentro.

O Que Achamos de Safe?

Mesmo que o resultado fosse ruim, só de ter a chance de ver Michael C. Hall nas telas novamente já vale. E o ator não decepciona. O roteiro não é dos melhores, mas faz sentido, contudo, é Hall que o transforma em algo digno de uma maratona. A partir do momento em que demos o play no primeiro episódio, só conseguimos largar quando o assassino foi revelado. E não adianta se afobar, pois a série só revela o nome nos minutos finais. Nada em Safe acontece por acaso. Todos os momentos têm uma explicação ou um gancho para o que virá a seguir.

A trama foi muito pensada e desenvolvida, apesar de já ter sido tema de outras produções. O motivo de tudo se encaixar com perfeição talvez seja responsabilidade de seu criador, o renomado escritor norte-americano. Harlan Coben já vendeu mais de 70 milhões de livros até hoje ao redor do mundo. Caso você já tenha tido a oportunidade de ler algum, irá reconhecer a escrita do autor em muitos episódios. Muitos dos elementos que tornaram seus mistérios famosos estão em Safe. O resultado? Uma história tensa e instigante do início ao fim.

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Reprodução/Netflix

O Elenco

Como já mencionamos, o grande responsável pelo sucesso de Safe é Michael C. Hall. A sensação que temos após assistir os oito episódios, é que Tom Delaney é uma mistura de seus outros personagens. É provável que Dexter seja o mais representado e isso deve ser interpretado como elogio. Seu protagonista é sombrio, intenso e misterioso, revelando um pouco de si a cada cena. Em situações onde a câmera foca no ator, por exemplo, é possível perceber sua expressão e seus trejeitos de acordo com o momento. A angústia do pai procurando pela filha é visível, e Hall transparece isso facilmente. Tê-lo como protagonista novamente já é motivo suficiente para começar a ver Safe, mas se serve de incentivo, ele está simplesmente fenomenal.

Hall pode ser o protagonista maravilhoso, mas não é só com um ator que se faz uma série. Todos os atores são incríveis e a sensação que temos é que não há figurantes. O elenco é fundamental para os pequenos dramas que giram em torno do drama central, e por isso era necessário que fossem convincentes. E são. Dentre os personagens de destaque, não podemos deixar de mencionar Amanda Abbington (de “Sherlock”) e Marc Warren (de “Irmãos de Armas”). Ambos sofrem grandes transformações no decorrer da investigação e em determinado momento, tornam-se quase tão importantes quanto o protagonista.

Marc Warren
Reprodução/Netflix

Safe estreou na Netflix no dia 10 de maio, e a primeira temporada conta com oito episódios.

  • Ótimo
4

Resumo

Com Safe, a Netflix acertou em cheio. O thriller de suspense contém apenas oito episódios, que simplesmente voam diante dos olhos. A premissa não é das mais originais, mas o talento de Michael C. Hall a faz ganhar destaque.

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