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Gotham DPCG Volume 4 termina com estilo uma ótima série

Gotham DPCG volume 4: Corrigan fecha a premiada série da DC Comics escrita a quatro mãos por Ed Brubaker e Greg Rucka, dois dos mais conceituados escritores de quadrinhos da atualidade. Infelizmente a série nunca conseguiu atingir as vendas esperadas, apesar dos prêmios e elogios da crítica especializada.

Gotham DPCG trata dos policiais da cidade do Gotham. Como os lidam com uma cidade extremamente corrupta e que tem uma galeria de super-vilões para maltratá-la ainda mais. E um certo Cavaleiro das Trevas que não é nem um pouco fácil de conviver.

Mais de dez anos depois de seu encerramento e ainda não encontramos uma resposta pela pouca adesão dos leitores. Talvez o grande público de super-heróis não estivesse interessado em uma série sobre os policiais de Gotham, com poucos super-vilões e heróis aparecendo. Talvez essa linha fizesse mais sentido no selo Vertigo. Nunca saberemos com certeza.

O que sabemos é que a série é sensacional. Enquanto em outras publicações isso poderia significar declínio e talvez um desinteresse da equipe criativa, aqui isso não acontece. O desenhista espanhol Kano substitui excelente artista Michael Lark (dos volumes anteriores) e manteve o estilo característico das publicações.

Existe um grande número de personagens – afinal, é todo uma unidade da polícia – todos facilmente reconhecíveis, com seus conflitos e personalidades bem delimitados. Rucka escrevia sobre o turno da noite, enquanto Brubaker sobre o turno do dia. Nas histórias ambos geralmente se cruzavam em alguma investigação. A personagem que mais aparece é Renne Montoya, a detetive que Rucka, iria transformar na nova Questão, em uma nova série.

O volume quatro de Gotham DPCG consiste em duas histórias menores (uma que liga a Crise Infinita) e dois arcos principais.

Robin Morto

A última parceria Brubaker e Rucka (e também última participação de Brubaker na série) é uma excelente história de mistério, que captura o clima noir desejado pelos escritores. Aparece um Robin morto na cidade. A polícia começa a investigar e enquanto o próprio Batman fala para os policiais que não é o verdadeiro, eles não podem ter certeza. Até que aparece outro Robin morto, para confundir ainda mais.

Enquanto a história retrata o ressentimento que os detetives tem com o Batman, por histórias de volumes anteriores, também podemos ver como o homem comum pode se sentir rebaixando enquanto vive em uma cidade com esses super seres, quase sobre-humanos. Também tem espaço para questionamentos interessantes sobre liberdade de imprensa, e o quanto mesmo a amizade e respeito entre policiais e jornalistas significa que certos preceitos básicos podem ser ignorados, como o direito do jornalista em proteger suas fontes.

Detalhe que esse deve ser o arco que o Batman mais aparece em Gotham DPCG, e mesmo assim, vemos apenas sua sombra.

Corrigan II

Rucka fecha a história voltando para um arco do volume anterior, que apresentou o corrupto investigador de cena Jim Corrigan. Para evitar que ele causasse problemas para seu parceiro Crispus Allen, Montoya aplicou uma surra nele e conseguiu as evidências que precisava.

Outra história investigativa, acompanhamos o planejamento da vingança de Corrigan, e como ele habilmente manipula os detetives para se safar. Junto, acompanhamos o declínio moral de Montoya, cada vez mais violenta e instável. E, por fim, o inevitável confronto entre ambos.

Um clássico de seu tempo

Concentrei-me no volume quatro de Gotham DPGC, mas todos os volumes são muito bons. A Panini publicou e os quatro estão disponíveis, por um valor razoável. Vale muito a pena, pois foram escritos por dois dos mais importantes escritores de quadrinhos modernos, com uma arte estilizada e muito bonita.

O clima adulto e investigativo, mas sem cair nos clichês de séries como CSI. Recomendável para aqueles que querem dar um tempo nos quadrinhos de super-herói e conhecer algo novo e interessante.