Os X-Men em sua fase mais lendária. Assim podemos definir X-Men Grand Design – Second Genesis, escrito e desenhado por Ed Piskor (Hip-Hop – Genealogia). Começa com o início dos Novos X-Men e vai até a primeira aparição dos morlocks, passando pela Saga da Fênix Negra, por Dias de um Futuro Esquecido e pela primeira Saga da Ninhada.
Quem leu o primeiro volume, X-Men Grand Design, sabe o que Piskor está fazendo aqui. Ele releu as revistas antigas e está organizando a cronologia dos mutantes da Marvel Comics. Enquanto a primeira parte foi dedicada aos X-Men clássicos – Ciclope, Anjo, Fera, Homem de Gelo e Jean Gray – a Segunda Gênesis conta a reunião da reformulação deles, com uma nova equipe se formando: Noturno, Banshee, Solaris, Wolverine, Colossus, Passaro Trovejante e Tempestade. Eles são reunidos para salvarem os membros originais das garras de Krakoa, a Ilha Vida.
Depois disso, a fase mais áurea dos mutantes começou. Piskor vai resumindo e reorganizando os eventos, porque acontecimentos que apareceram depois foram inseridos como retrocontinuidade. Mas acompanhamos a nova equipe se formando, suas primeiras lutas, quando eles vão para o espaço pela primeira vez e daí Jean se transforma na Fênix. O primeiro encontro com os Piratas Espaciais e o Império S’hiar.
É em X-Men Grand Design – Second Genesis que está a idolatrada parceria de Chris Claremont com John Byrne nos X-Men. A luta contra Magneto e depois Proteus. A Saga do Clube do Inferno, que tentam corromper a mente de Jean. Quando ela vai para o lado do mau, se tornando a Fênix Negra. As consequências dessa fase e depois Dias de um Futuro Esquecido. O natal – ou no caso dela, Chanucá – quase solitário de Kitty Pride. Apesar de resumidas, essas histórias têm a reverência merecida.
Depois da saída de Byrne, Claremont não deixou a peteca cair e seguiu pisando fundo, trazendo uma luta contra Magneto. Também é aí que surgem a segunda equipe derivada dos X-Men, os Novos Mutantes, adolescentes que precisam aprender a usar seus poderes, tal qual os mutantes originais no início da saga. A primeira aparição da Ninhada, alienígenas que buscam hospedeiros para porem seus ovos, e quase dominam os X-Men. Vampira surge e absorve os poderes de Carol Danvers, antiga Ms. Marvel, e que se transforma na Binária. O primeiro encontro com os morlocks, mutantes deformados que vivem nos esgotos de Nova York.
Essas histórias condensam uma das melhores fases dos X-Men, aqueles que conhecem e gostam vão relembrar o conteúdo original e se divertir muito. Os que não conhecem, vão conhecer de uma maneira resumida, mas interessante e capaz de prender. Os mutantes foram a grande sensação dos quadrinhos dos anos 1980, e aqui é possível entender o porquê.
Na Tresury Edition ainda está disponível Segunda Genesis, história clássica que estava em Giant-Size X-Men #1 (maio de 1975), escrita por Len Wein e desenhada por Dave Cockrum, e agora recolorida por Ed Piskor, com uma roupagem retrô.
Como no primeiro volume, repito: é um absurdo esse conteúdo ainda não ter chego no Brasil. É inaceitável que a Panini Comics ainda não tenha se movimentado para nos trazer esse conteúdo. A saga já está em sua terceira e última parte lá fora, espero que estejam apenas deixando terminar para publicar. Os fãs brasileiros dos X-Men e de bons quadrinhos merecem essa publicação.