Premiada internacionalmente e prestes a virar um filme, é importante conhecer Tungstênio, do quadrinista brasileiro Marcello Quintanilha. Um quadrinho empolgante, com uma excelente narrativa e que consegue capturar algumas das idiossincrasias do Brasil de hoje em dia.
Quintanilha participa da trama como um narrador onisciente, que enquanto conversa com o leitor, também parece dar conselhos para os personagens. Tudo isso usando uma linguagem bastante coloquial, o que aumenta a imersão do leitor na obra. Quando percebemos, já estamos nos identificando com os personagens e seus dramas.
Tungstênio tem vários acontecimentos no que parece ser uma tarde, com personagens que estão todos conectados, ainda que não saibam disso. Temos seu Ney, um ex-militar, que se ressente de ter perdido a antiga autoridade que possuía, e que os próprios militares possuíam. O casal Richard, um policial, e sua esposa Keira, que está sofrendo por problemas e aparentemente vai se separar. E Cajuzinho, um rapaz que vende drogas.
A trama de Tungstênio se passa em Salvador, no que parece ser uma tarde na cidade e início de noite. Nesse curto período os personagens passam por situações traumatizantes e precisam rever diversas posições e opiniões sobre o mundo. Isso com uma narrativa gráfica extremamente ágil. As cenas de ação – e sim, a história tem bastante ação – são dinâmicas e cheias de energia. Você sente cada chute e soco.
Se você quer conhecer algum quadrinho nacional, Tungstênio,de Marcello Quintanilha, é uma excelente pedida. A obra foi premiada no festival de Angoulême, na França, um dos principais prêmios da indústria de quadrinhos.