Novas ideias para fazer uma excelente trama seguir andando. Paper Girls 2, de Brian K. Vaughan (Saga) e Cliff Chiang segue a trama legal que apresentou as excelentes personagens do quadrinho. Só que agora com mudanças interessantes.
No final de Paper Girls vol 1, as meninas embarcaram em uma jornada temporal. Agora Erin, Mac e Tiffany elas estão no ano de 2016, juntas da versão de 40 anos de Erin. E as coisas ficam ainda mais estranhas.
Enquanto o primeiro volume tratava do estilo de vida de uma cidadezinha dos anos 1980, com as meninas andando de bicicleta por aí, agora a narrativa e suas piadas vão para as diferenças entre 1980 e 2016. Os carros são pequenos, as TVs muito finas e grandes, e o que raios é um celular.
Ainda assim Paper Girls 2 não é uma comédia, é muito mais do que isso. E a estranha trama temporal começa a ganhar corpo, quando uma versão futurista e estranha da Erin volta no tempo para resgatar sua versão do passado. Sim, é estranho assim. E ainda existe o problema da sumida KJ, que é a força motriz que conduz a narrativa. Onde está KJ? Existem pistas aqui e ali, mas é quase certo que ela não está em 2016.
Começamos a ter vislumbres do futuro, em que a sociedade se dividiu em uma guerra entre jovens e velhos. Só que ainda não faz muito sentido.
Paper Girls 2 é um quadrinho muito bom, que expande os elementos do primeiro e faz a história andar. Ele deixa mais mistérios, mas ainda sem a sensação que não vamos entender mais nada. A leitura é bem rápida, com sacadas inteligentes. O desenho é bonito e dinâmico, combinando os elementos realistas com o fantástico. As cores de Matt Wilson são um show a parte, principalmente quando ele começa a trabalhar com páginas monocromáticas.
Um elogiado quadrinho recente, que vale muito a pena conferir.