Inegavelmente, essa foi uma das capas mais bonitas que tive o prazer de ver esse ano. Com um desenho psicodélico que forma o nome o do livro, Warcross é igualmente incrível a arte frontal. Lançado esse ano pela Editora Fantástica Rocco, a obra traz um nome conhecido como autora. É provável que você já tenha ouvido falar da trilogia Legend, mas caso não tenha, trate de procurar conhecer. Marie Lu já caiu nas graças do público jovem com seus três primeiros livros, e tem tudo para voltar a conseguir tal feito. A partir do momento em que abri a primeira página de Warcross, não consegui mais largá-lo. Todas as altas expectativas foram superadas e o único problema da trama, é ter de esperar para ver sua continuação. Esta é sem dúvida, uma das melhores adições ao Ler é Bom, Vai! de 2018!
Sinopse
Para os milhões que se conectam a ele todos os dias, Warcross não é apenas um jogo, é um estilo de vida. A obsessão começou há dez anos e sua base de fãs agora abrange todo o globo, alguns ansiosos para escapar da realidade e outros na esperança de fazer dinheiro. Lutando para pagar as contas, a hacker adolescente Emika Chen trabalha como caçadora de recompensas, localizando os jogadores que apostam ilegalmente no jogo. Mas o mundo de caça à recompensas é competitivo, e a sobrevivência não tem sido fácil. Precisando de dinheiro rápido, Emika assume o risco e invade o jogo de abertura do Campeonato Internacional de Warcross. Emika é levada à Tóquio e jogada em um mundo de fama e fortuna que ela só conhecia em seus sonhos. Mas sua investigação logo descobre um complô sinistro, com consequências importantes para todo o império Warcross.
O Livro
Warcross é um jogo de realidade virtual que dominou o mundo. Fugir do cotidiano se tornou a obsessão de milhões de pessoas das mais diversas idades. Uma delas é a protagonista Emika Chen. Ela divide o apartamento com Keira, mas a situação financeira da menina também não é das melhores. Dessa forma, quando chega em casa e encontra um aviso de despejo de 72 horas pendurado na sua porta, percebe que precisa fazer alguma coisa. Emika trabalha como caçadora de recompensas para a polícia de Nova York, prendendo pequenos criminosos em troca de dinheiro. Recorrendo a ilegalidade, a menina decide roubar um artefato raro para vendê-lo no mercado negro. Entretanto, seus planos vão por água abaixo quando ela é descoberta em rede nacional.
Embora o mundo conheça seu avatar, não demora para a verdadeira localização de Emika ser revelada. Em contraste com o que ela havia pensado, o dono do jogo não a processa, pelo contrário. Hideo Tanaka, o jovem de 21 anos dono da Henka Games, leva a menina para Tokio. Lá, ele lhe dá tudo o que ela mais queria: um emprego. O rapaz reconhece a coragem e o talento de Emika como hacker, e a traz para sua equipe. Um temor está assombrando o Warcross, surpreendentemente uma única pessoa. Usando o nome Zero, o usuário não apenas ameaça o entretenimento dos jogadores, como também sua privacidade e segurança. Emika deve identificá-lo, impedindo que o império de Hideo Tanaka fracasse.
Os Personagens
Emika é uma jovem órfã de 17 anos. Ela era muito próxima a seu pai e guarda as melhores memórias armazenadas em seu inventário. Forçada a se tornar independente após a perda do pai, ela acabou assumindo suas dívidas e problemas. Entretanto, a necessidade fez com que Emika se transformasse em uma das melhores hackers de todos os tempos. Ela precisa não apenas sanar as dívidas, como ainda se manter alimentada e com um teto sob a cabeça.
Para compreendermos a história de Marie Lu, precisamos entender sua protagonista. Emika sofreu muito na vida e nem de longe imaginava o que aconteceria em seu futuro. Apesar de ser uma trama de ficção, as ações e atitudes da menina são extremamente orgânicos e verdadeiros. Não podemos esquecer que ela tem 17 anos, carregando todas as características que uma adolescente “precisa” ter.
Por analogia, o outro protagonista também é muito bem desenvolvido. Hideo Tanaka é, depois de Emika, o personagem mais importante de Warcross. A personalidade do multibilionário é curiosa e sombria, sempre nos dando a sensação de que há algo mais. Ser o desenvolvedor do jogo mais importante do mundo é uma responsabilidade que poucos jovens de 21 anos assumem. Mesmo que seja muito educado, correto e gentil, Hideo é igualmente reservado. Quando ele começa a ganhar a confiança de Emika, vai revelando aos poucos o que esconde. Não demora para sentirmos empatia pelo personagem, mas quando a grande revelação do livro é revelada, os ideais do rapaz são colocados à prova.
O Que Achamos de Warcross?
Logo pela capa já imaginei a semelhança com Jogador Nº 1. Todos os elementos estão ali: a protagonista pobre especialista no jogo, a fuga da realidade virtual e um jogo que é extremamente popular em todo o mundo. As similaridades, porém, acabam por aí. Não é preciso ler muita coisa para perceber que estamos diante de uma trama completamente diferente daquela desenvolvida por Ernest Cline. Emika apresenta características únicas, assim como todo o universo do jogo. Imagine uma possível mistura entre a arena de Jogos Vorazes e o Oasis? Apresento-lhes então, Warcross.
A escrita de Marie Lu é o que o livro precisava: fácil, mas com a dose certa de vocabulário geek. Uma vez que o público alvo de Warcross é o infantojuvenil, palavras difíceis e rebuscadas poderiam atrapalhar. Este não é daqueles livros que o leitor demora para entrar na história, muito pelo contrário. Com poucas palavras eu já estava apaixonada e curiosa para saber o que aconteceria em seguida. Está certo que logo de cara é possível adivinhar a identidade de Zero, mas em meio a tantas qualidades, ser previsível é o menor dos problemas. Mal podemos esperar para a continuação!