Ler é Bom, Vai | O Milésimo Andar, de Katharine McGee!

Uma das maiores conquistas de 2018, embora o ano esteja apenas começando, foi iniciar uma parceria com a Editora Rocco. Assim como todo fã de Harry Potter (desde 2001), sempre tive essa editora como referência. Após algumas tentativas, finalmente conseguimos firmar a parceria – e eu não poderia estar mais feliz. Antes de mais nada, gostaria de agradecer a Rocco pela confiança e a oportunidade. O Ler é Bom, Vai! certamente só terá a ganhar com os livros da editora. Para começar, trouxe o primeiro livro que me foi enviado, O Milésimo Andar, de Katharine McGee.

Divulgação/Rocco

O Livro

A trama acontece em Manhattan, mas uma cidade completamente diferente da que estamos acostumados a ver na televisão. O livro se passa daqui a 100 anos, e mostra que o caráter das pessoas não muda com o tempo. A cidade se resume a um único prédio, uma Torre gigantesca de mil andares que ocupa toda a metrópole norte-americana. Embora pareça pouco provável que um lugar tenha um único prédio, tente imaginá-lo com parques, shoppings, periferias, trens, etc. A hierarquia da sociedade se define pelo andar em que a pessoa mora: quanto mais alto, mais rico, ou seja, um único elevador separa as camadas da sociedade. Devemos lembrar, porém, que em O Milésimo Andar quanto mais alto, maior a queda.

Em meio a tanta tecnologia, adolescentes e jovens adultos tentam encontrar seu lugar na Torre. O andar mais alto é ocupado por Avery Fuller, uma jovem criada a partir de características geneticamente escolhidas. Atlas, seu irmão adotado, desapareceu por meses e retorna de repente. Leda Cole esconde um grande segredo no passado. Entretanto, isso não a impediu de viver sua vida de patricinha, além de alimentar seus vícios. Do mesmo modo, Eris Dodd-Radson vê seu mundo desabar quando seus pais se separam. Acostumada a viver no topo, ela é obrigada a mudar para o 103º andar. Lá as ruas são estreitas e a vizinhança não bebe champanhe, diferente do que ela estava acostumada. A camada de cima da Torre também era composta por Cord Anderton, um jovem órfão milionário vivendo a vida dos sonhos, rodeado por mulheres, bebidas e drogas.

“Quando a porta se abriu, Eris cobriu depressa a boca com a mão e tentou não vomitar. O apartamento estava de novo com aquele cheiro nojento de esgoto que de vez em quando vinha do andar de cima (…) Ficaria ali, sozinha, num apartamento fedido enquanto todas as suas amigas faziam coisas fabulosas pelas quais ela não tinha mais dinheiro para pagar”. 

Alguns muitos andares abaixo, Rylin Myers tenta seguir sua vida. Com um trabalho de faxineira na casa dos Anderton, ela tentas sustentar a irmã mais nova. Por consequência, acaba tendo que recorrer a atividades extracurriculares para manter a comida na mesa. Finalmente, Watt Bakradi pode não estar no mesmo nível hierárquico que Rylin, mas está a léguas de distância de Avery.

Quando todas as realidades começam a se encontrar, algumas diferenças são deixadas de lado – outras nem tanto. Todos têm segredos que podem destruir suas vidas, mas até que ponto estão dispostos a seguir? A única coisa que os une é o prédio monumental em que vivem, que como anunciado no início do livro, é a cena do crime de um suposto suicídio.

 

Divulgação Rocco

O Que Achamos?

McGee desenvolveu seus personagens de O Milésimo Andar com perfeição. Independente do local em que vivem, é a personalidade de cada um que marca os acontecimentos da trama. Embora algumas realidades sejam bem parecidas, as características individuais não poderiam ser mais diferentes. Uma vez em que a sociedade dita o valor das pessoas pelo andar em que moram, não era de se espantar que divergências fossem criadas. Ao terminarmos de ler o livro, a única certeza que temos é que enquanto o ser humano não mudar, não há distância temporal que os transforma.

A história é recheada de pequenas tramas, que acabam culminando no assunto introduzido no começo do livro. Sabemos que uma pessoa morreu, mas só descobrimos quem é nas últimas páginas. Não tente adivinhar quem é, pois acredite, a revelação é surpreendente. Ainda que a morte seja o assunto central, não demora para o leitor praticamente esquecê-la. O que acontece semanas antes é tão intenso e envolvente, que nos pegando torcendo para que várias pessoas sejam a vítima. Uma trama cheia de mistérios, segredos, tramóias e egoísmo não poderia terminar de forma diferente. O Milésimo Andar é daquele tipo que não conseguimos largar, pois a cada página, a autora nos revela um motivo para amá-lo ainda mais.

Os direitos de adaptação para filme já foram comprados pela ABC, então só nos resta esperar por mais informações!

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