Ler é Bom, Vai! Ogiva, de Bruno Zago e Guilherme Petreca Ler é Bom, Vai! Ogiva, de Bruno Zago e Guilherme Petreca

Ler é Bom, Vai! Ogiva, de Bruno Zago e Guilherme Petreca

Reprodução/Pipoca & Nanquim
Ler é Bom, Vai! Ogiva, de Bruno Zago e Guilherme Petreca
Reprodução/Pipoca & Nanquim

Ogiva marca a estreia de Bruno Zago, editor e um dos criadores do Pipoca & Nanquim, no mundo dos quadrinhos. O projeto vem sendo desenvolvido desde 2014 e, quem acompanha o canal no Youtube da editora, viu a tamanha paixão em lançar essa obra em parceria com o artista Guilherme Petreca (Ye).

A parceria dos dois rende uma história instigante com vários elementos de obras que influenciaram Zago em sua jornada como consumidor de cultura pop. Podemos dizer que Ogiva é uma mistura de Mad Max com Procurando Nemo, Fallout, The Last of Us e A Estrada. O cenário apocalíptico da narrativa lembra demais Mad Max e The Last of Us.

A obra não é nada original, mas a forma como é contada nos deixa interessados desde o início. Histórias sobre mundos distópicos sempre me atraem. Querendo ou não, nos serve como alerta do que está por vir se não tomarmos conta do nosso planeta.

Ogiva é isso. É o aviso de Zago e Petreca sobre o que pode acontecer com o mundo daqui pra frente. Na trama, monstros estão dominando nossas terras e dizimando a humanidade. A resposta foi drástica e só parece ter piorado. Ogivas nucleares foram jogadas para eliminar os monstros, só que novas criaturas surgiram. Fica uma pulga atrás da orelha sobre a origem dos monstros. Foram antes ou depois da explosão das ogivas?

É uma história de sobrevivência de duas personagens. Pilar, uma mulher habilidosa com um passado trágico que assume a responsabilidade de cuidar de Sara, uma garota órfã que acabara de perder toda a sua famíilia. Só resta um familiar e, ao lado de Pilar, segue em busca de encontra-lo.

O traço de Guilherme Petreca é um espetáculo. Ilustrado em preto e branco, o artista faz um excelente uso do jogo de luz e sombras, criando uma atmosfera mórbida e assustadora na cidade onde os protagonistas residem. Os monstros são assustadores, mas a sensação é que parecem terem saído de outras obras de ficção-científica. Porém, Petreca é hábil na forma como introduzem os seres em cada página.

Sendo uma obra nacional, Bruno Zago e Guilherme Petreca estabelecem pontos que remetem que a história se passa no Brasil. Um deles é o Gurgel, veículo lançado no Brasil há muito tempo atrás. Do tempo de nossos avós.


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Ogiva encerra com um grande clímax e a possibilidade da história ganhar uma continuação em breve. Uma boa experiência e o começo com o pé direito de Bruno Zago como roteirista.