Crítica | Resident Evil VII Biohazard marca a volta da franquia às origens

Quando Resident Evil VII Biohazard foi anunciado, a recepção dos fãs foi mista. Enquanto alguns admiraram a nova encarnação da franquia, outros não se deixaram seduzir pela abordagem. Polêmicas à parte, a missão do vindouro game era devolver o clima de terror, suspense e o horror de sobrevivência a série, o que é feito magistralmente e com retoques de nostalgia para os fãs mais antigos.

As três demos disponibilizadas pela Capcom já mostravam bem a ambientação e o que poderíamos esperar da versão final. Casas deterioradas, corredores claustrofóbicos, ambientes escuros e barulhos estranhos a todo momento contribuem para a ambientação ficar cada vez mais assustadora e soturna. Os excelentes gráficos também ajudam a compor o clima de tensão do game, que se mantem por toda a jornada. Apesar de muito impressionantes, um dos pontos negativos fica por conta dos ambientes externos, principalmente a vegetação, mas isso é um detalhe menor, visto que o game se passa quase todo em ambientes internos.

Outro diferencial de Resident Evil VII e um dos aspectos mais celebrados pelo marketing foi a “simpática” família Baker. Cada membro da família é desenvolvido de forma primorosa e os embates são extremamente interessantes, variando bastante de proposta. Mas quem mais chama a atenção é o pai da família, Jack Baker, com seu humor macabro e entradas triunfais. Infelizmente, os protagonistas não têm o mesmo carisma.

Ethan, o personagem principal durante quase todo o game, é calado, desinteressante, esquecível e nada carismático. Quem está acostumado com personagens como: Chris, Leon, Jill e Clarie dificilmente terá Ethan como um de seus favoritos. Talvez a opção por um protagonista mais fraco, se deva ao atual status dos personagens consagrados, que já são praticamente super-heróis, o que não se encaixaria com a abordagem do game. Mas mesmo isso, não justifica o pífio desenvolvimento de Ethan.

A principal promessa da Capcom com esse jogo era a volta do horror de sobrevivência dos primeiros jogos, o que, de fato, ocorre de forma harmônica e extremamente bem integrada a narrativa. O uso da câmera em primeira pessoa também é um recurso interessante para a construção do clima. É evidente a inspiração em outros jogos do gênero como Outlast e F.E.A.R. e em filmes como: O Massacre da Serra Elétrica, Pânico na Floresta, Evil Dead e outros.

Todas essas inspirações transformam Resident Evil VII em um excelente mashup. A volta do horror de sobrevivência é mesmo o melhor aspecto do game. Os sustos constates, a tensão, o mistério, o horror e a preocupação com cada bala disparada lembram a glória do começo da franquia.

Entretanto, a segunda metade do game muda um pouco o rumo da história, o que pode desagradar alguns, mas é algo bem trabalhado e que traz boas respostas a trama do game, mas nem todas as dúvidas são sanadas. Talvez a inspiração muito direta em F.E.A.R. na parte final do jogo, tire um pouco o brilho de uma narrativa, inicialmente, mais centrada na bizarra família Baker.

Resident Evil VII Biohazard é sem dúvida alguma um game pertencente a franquia de horror mais famosa da Capcom. A volta às origens, os excelentes vilões, os ótimos gráficos e outros acertos transformam o jogo em um dos melhores da série. Mesmo os eventuais problemas, não são suficientes para tirar os méritos de Resident Evil VII.

Resident Evil VII Biohazard está disponível para Playstation 4, Xbox One e PC.

5

Excelente

Resident Evil VII Biohazard é sem dúvida alguma um game pertencente a franquia de horror mais famosa da Capcom. A volta às origens, os excelentes vilões, os ótimos gráficos e outros acertos transformam o jogo em um dos melhores da série. Mesmo os eventuais problemas, não são suficientes para tirar os méritos de Resident Evil VII.