Um dos favoritos ao prêmio de Melhor Filme no Oscar 2025, O Brutalista chega como o candidato de mais longa duração, com quase quatro horas de filme.
O Brutalista é uma obra cinematográfica densa e sensível, que explora as complexidades da vida de um imigrante judeu durante a Segunda Guerra Mundial e suas tentativas de reconstruir uma nova vida nos Estados Unidos. O filme nos apresenta Lazlo, um arquiteto renomado da Hungria que, em fuga do regime nazista, vê-se forçado a deixar para trás sua esposa e sobrinha, em busca de um futuro incerto.
O enredo do filme se desdobra de maneira profunda, oferecendo uma reflexão sobre o trauma da guerra, a solidão dos imigrantes e a busca incessante por pertencimento. A narrativa de O Brutalista é dividida em três partes, com a primeira centrada na chegada de Lazlo aos Estados Unidos.
Ao ser acolhido por seu primo Atlas, também judeu, mas já assimilado à cultura americana e convertido a outra religião, Lazlo é confrontado com a hostilidade e a discriminação típicas dos imigrantes em um país estrangeiro. Seu sonho de estabilidade rapidamente se desfaz quando, após um desentendimento com Atlas, ele se vê expulso e forçado a viver em um abrigo. A partir desse ponto, Lazlo mergulha em um ciclo de desespero, vícios e subempregos, uma espiral que o acompanha por grande parte da trama.
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O aspecto mais tocante de O Brutalista é como ele retrata a luta de Lazlo para encontrar seu lugar em uma sociedade que o rejeita, mesmo após se destacar em sua profissão. A jornada do personagem principal, interpretado de forma magistral por Adrian Brody que se entrega de corpo e alma ao papel, é um estudo profundo sobre a sobrevivência e a constante reinvenção que a vida de um imigrante exige.
A duração de mais de três horas do filme não se faz notar devido à intensidade das atuações e à forma como a história vai se desenrolando, mantendo o espectador imerso na vida de Lazlo e suas tribulações. A segunda parte do filme começa com a chegada de sua esposa (Felicity Jones) e sobrinha aos Estados Unidos, um momento que deveria ser de alívio, mas que traz à tona as tensões de uma vida marcada pela saudade e pelo trauma.
A mudança em sua vida é palpável quando um antigo cliente de seu primo, um empresário poderoso, se aproxima para oferecer uma nova oportunidade profissional. Esse reencontro marca o ponto de virada na vida de Lazlo, que, ao ser escolhido para construir uma grande obra em memória da mãe do empresário, volta a ser parte da elite social americana.
No entanto, mesmo em sua ascensão, o filme nunca perde de vista o peso da história de Lazlo. Sua luta para trazer sua família para os Estados Unidos, uma missão que inclui o apoio de um advogado simpatizante da causa judaica, é um lembrete constante de que as cicatrizes da guerra nunca se fecham completamente.
A trama de O Brutalista é, assim, uma metáfora do imigrante que, apesar de alcançar alguma estabilidade, continua a carregar as marcas de um passado doloroso. O filme não apenas brilha pela atuação impecável de seu protagonista, mas também por sua capacidade de transmitir a complexidade da experiência do imigrante, sem recorrer a estereótipos ou soluções fáceis.
A história é difícil e, por vezes, angustiante, mas profundamente humana. O filme é um forte candidato ao Oscar, uma obra-prima que, sem dúvida, deixará uma marca no público que tiver a chance de vivenciar sua profunda reflexão sobre sobrevivência, pertencimento e identidade.
Muito Bom
Muito Bom
O Brutalista é uma obra cinematográfica profunda sobre a vida de um imigrante judeu durante a Segunda Guerra Mundial, que enfrenta o trauma, a discriminação e a luta pela sobrevivência nos Estados Unidos. Uma história densa e emocionante, com uma atuação brilhante.