Madame Teia Madame Teia

Madame Teia I Crítica

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A Sony ataca novamente com mais uma produção baseada em um personagem secundário das histórias do Homem-Aranha. Depois de Venom e Morbius, chegou a vez de Madame Teia, personagem apareceu nos quadrinhos em 1980, ganhar um longa contando sua história de origem. Cega e com uma doença autoimune debilitante, nas páginas ela aparentava ser uma mulher mais velha e que possuía um grande poder mental.

No filme, uma introdução mostra Constance Webb (Kerry Bishé) em uma expedição em busca de aranhas milagrosas na Amazônia. Ela é traída por Ezekiel (Tahar Rahim), que quer uma amostra do aracnídeo para si próprio, e deixada para morrer. Como estava grávida, pessoas aranha conhecidas como Las Arañas resolvem resgatá-la, mas ao fazer o parto e salvar a criança, Constance morre.

Então, temos um salto no tempo e vemos Cassandra Webb, interpretada por Dakota Johnson – Cassie, para abreviar – que é muito mais jovem do que a mulher na qual o filme se baseia. Ela trabalha como paramédica em Nova York ao lado de Ben Parker (Adam Scott) – sim, o nome de seu colega é bastante familiar. Seus poderes ainda são desconhecidos e Cassie é uma daquelas pessoas que não se encaixam facilmente no mundo.

Obviamente, em algum momento, seus poderes irão surgir e terão conexão com a pesquisa de sua mãe. No caso, Cassie começa a ter visões breves do futuro após uma experiência de quase morte. Essas visões tornam sua vida cotidiana confusa no início, mas são elas que fazem com que ela acabe salvando a vida das três adolescentes Anya Corazon, Mattie Franklin e Julia Cornwall – interpretadas por Isabela Merced, Celeste O’Connor e Sydney Sweeney, respectivamente – que estão na mira de um vilão vestido como uma aranha preta e que tem uma conexão com o passado da protagonista.

Essa jovens, quando se tornarem adultas, serão pessoas aranha que potencialmente acabarão com esse vilão. Portanto, ele precisa acabar com elas primeiro. Mas Cassie toma a missão de protegê-las e fazê-las chegar ao momento mais temido por Ezekiel, que ela descobre ser quem está tentando matar as garotas. Ele conta com a ajuda dos poderes que consegiu com a aranha roubada da mãe de Cassie e de uma hacker chamada Amaria (Zosia Mamet), capaz de acessar todas as câmeras da cidade em busca das meninas. Então, eles entram em um jogo de perseguição, no qual Ezekiel tenta alcançar suas inimigas, mas Cassie, com ajuda de suas visões, consegue sempre estar um passo à frente.

Apesar do roteiro ter sido escrito por quatro pessoas, incluindo a diretora, SJ Clarkson, Madame Teia apresenta muitas situações e diálogos sem graça, com apenas alguns momentos mais envolventes. Nada inesperado, já que parte do time também escreveu o fracasso de bilheteria, Morbius. Além disso, o público está cada vez mais casado de histórias genéricas sobre o surgimento de novos heróis e é preciso fazer algo muito bom e diferente para que ele seja cativado novamente – não é o caso.

Outro ponto é o elenco, Dakota Johnson não parece muito confortável com o papel em nenhum momento e as adolescentes são bastante caricatas e sem profundidade. Trabalhos anteriores dessas atrizes provam que não é falta de talento, mas elas não são capazes de salvar um roteiro preguiçoso e uma direção mal conduzida.

Também soa estranho a remoção de qualquer referência mais direta ao Homem-Aranha, afinal, no universo do filme ele ainda não nasceu. Porém, algumas dicas são jogadas no ar. Como dito anteriormente, o colega de trabalho de Cassie possui o mesmo nome do famoso tio Ben. A personagem de Emma Roberts é a irmã grávida de Ben Parker prestes a dar à luz um bebê cujo nome nunca é revelado, mas que em uma cena repleta de humor durante um chá de bebê, parece começar com P.

Apesar de todos os defeitos, Madame Teia não é completamente horrível e tem alguns momentos divertidos. Acredito que nenhum fã de filmes de super-heróis estava esperando grande qualidade de mais um dos filmes baseados em vilões e coadjuvantes do Homem-Aranha. Porém, seu elenco poderia ter sido melhor aproveitado, assim como sua conexão com um dos heróis mais queridos e rentáveis do cinema.

Com distribuição da Sony Pictures, Madame Teia já está em cartaz nos cinemas brasileiros. O filme não possui cenas pós-créditos.

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REGULAR

Madame Teia é ruim em muitos aspectos, mas ainda consegue divertir em alguns momentos.