Crítica | Truque de Mestre 2 é o inicio de uma franquia forçada e desnecessária

O primeiro Truque de Mestre, lançado em 2013, tornou-se um hit surpresa, arrecadando US$ 351 milhões para um orçamento de US$ 75 milhões. Inevitavelmente uma sequência foi encomendada reunindo todo o elenco original, incluindo o diretor Louis Leterrier. O longa conquistou o público com um enredo inteligente e uma grande reviravolta no final, fazendo jus ao que significa “mágica”. Enquanto isso, Truque de Mestre 2 – 2º Ato, que acabou sendo dirigido por Jon M. Chu (G.I Joe: Retaliação, Ela Dança, Eu Danço 2 e 3), tenta trazer essa mesma mágica, mas acaba entregando um enredo cheio de furos – prometendo respostas em uma sequência desnecessária -, ação forçada e, consequentemente, não é mágico.

Jon M. Chu carrega uma trama boba que vem como consequência dos atos do primeiro longa, em que Dylan Rhodes (Mark Ruffalo) é revelado como a mente por trás de tudo. Agora vivendo nas sombras, os Quatro Cavaleiros são “sequestrados” e obrigados a roubar uma alta tecnologia capaz de mudar o mundo para o bilionário Walter Mabry (Daniel Radcliffe), personagem apagado e esquecido pelas relações confusas com Arthur Tressler (Michael Caine), movido por um desejo vazio e argumento de vilões cartunescos.

Claro que os furos no roteiro, incluindo o desaparecimento inexplicável (como maior parte dos truques no final, deixando a desejar de razão e coerência) das personagens Henley Reeves (Isla Fisher) e Ama Dray (Melánie Laurent), não são comparados as cenas de ação absurdas em sua maior parte do filme, esperando que o espectador acredite em um roubo envolvendo cartas ou que os personagens são lutadores profissionais de uma hora para a outra. Contudo, o diretor leva essa narrativa e esses absurdos para um lado cômico, tornando o filme apenas algo divertido, mas nada carismático e de tirar o fôlego como o primeiro.

https://www.youtube.com/watch?v=3QFa2h0e22s

Grande parte dos elogios deve ir para o elenco original, principalmente Woody Harrelson. O ator consegue entregar dois personagens distintos e roubar a cena da maioria de seus colegas. Jesse Eisenberg apresenta um Atlas diferente, parecido com Lex Luthor (seu personagem em Batman vs Superman: A Origem da Justiça) mais calmo e controlador. No entanto, a adição de Lizzy Caplan no elenco como a personagem Lula (cujo nome no Brasil foi alterado para Lola) não passa de um alívio cômico praticamente desnecessário, declarando de modo fútil que ela está ali apenas porque é uma garota.

Infelizmente, o roteiro fica preso a tentativa de resolver diversas questões às pressas e adicionar outras perguntas para uma sequência já confirmada. Tentando fazer jus ao primeiro filme, Truque de Mestre 2 falha em criar uma reviravolta que tenha a mesma substância e deixe o espectador praticamente sem fôlego ou se indagando por não ter percebido. Essa tentativa frustrada vem muitas vezes por diálogos fracos, piadas inconvenientes e flashbacks baratos que tentam dizer “ei, você não conseguiu perceber isso, conseguiu?”.

Em suma, não há nenhum truque ou mágica em Truque de Mestre 2 – O Segundo Ato. O longa é divertido e brinca com as possibilidades de fazer mágica absurda, deixando para trás furos na narrativa, ação desnecessária, personagens mal explorados e se tornando apenas mais um filme de verão para passar o tempo e se distrair sem nenhum compromisso.

Truque de Mestre 2 – O Segundo Ato está em cartaz nos cinemas.

  • Regular
2

Resumo

Em suma, não há nenhum truque ou mágica em Truque de Mestre 2 – O Segundo Ato. O longa é divertido e brinca com as possibilidades de fazer mágica absurda, deixando para trás furos na narrativa, ação desnecessária, personagens mal explorados e se tornando apenas mais um filme de verão para passar o tempo e se distrair sem nenhum compromisso.

Sending
User Review
4.67 (3 votes)