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Crítica | Moonlight: Sob a Luz do Luar – um drama profundo sobre a jornada da aceitação pessoal

Divulgação

A escolha de Moonlight: Sob a Luz do Luar como Melhor Drama no Globo de Ouro, me fez querer ver ainda mais o filme com a participação do ator sensação do momento Mahershala Ali, que após as produções da Netflix: House of Cards e Luke Cage, tem sido escalado para papéis em filmes. Mas, eu não esperava que a história de um garoto poderia ser tão perturbadora e tocante.

O filme é uma jornada em torno da vida de Chiron, que na trama, passa por três fases: infância em que faz uma amizade, um tanto paternal, com o traficante Juan (Mahershala Ali), adolescência em que sua sexualidade, já questionada na infância, é explorada com o amigo Kevin, e vida adulta, onde em busca de si mesmo, acaba em uma caminhada muito parecida com a única figura paterna que teve na infância, Juan. O protagonista é vivido por três ótimos atores, que conseguem passar toda a instrospecção e luta interna vivida por ele, Alex R. Hibbert (infância), Ashton Sanders (adolescência) e Trevante Rhodes (adulto).

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A mãe de Chiron é viciada em drogas. Paula é muito bem interpretada por Naomi Harris e, é a responsável pela vida do garoto não ter uma rotina ou mesmo qualquer tipo de segurança que um lar deveria oferecer. Com o passar do tempo, percebemos o quanto o vício da mãe interfere na vida de Chiron. E ao descobrir que Juan é o traficante que fornece drogas à mãe, um rompimento importante acontece dentro do menino, mais um. Só Teresa, em mais uma ótima participação de Janelle Monáe nos cinemas, é uma constante, a namorada de Juan, acaba sendo o único refúgio do garoto.

A obra é inspirada em um projeto de faculdade do dramaturgo Tarell Alvin McCraney, “In Moonlight Black Boys Look Blue” e é uma grande crítica social, humanizando clichês tão batidos como o jovem pobre negro, o traficante e a mãe viciada. A violência e preconceito são velhos conhecidos do protagonista, andando junto com sua história. Enquanto lida com seus conflitos internos, a sociedade o expõe de uma maneira maldosa. No caminho de Chiron não há uma redenção ou mesmo definição, as coisas ainda estão por se revelar, aos poucos. Na fase adulta, em que ele se encontra tentando se desvencilhar do passado, mas ao mesmo tempo, fruto dele, é indicado que talvez, o amor e a aceitação, possam fazer com que finalmente sua vida flua.

Um dos favoritos ao Oscar, o filme estreia em 23 de fevereiro no Brasil, exibindo uma figura muito pessoal, mas ao mesmo tempo, universal da eterna caçada pelo descobrimento pessoal, aceitação e a solidão deste caminho. Ao ver  “Moonlight”, não é preciso ser pobre, negro, traficante ou gay para entender a jornada de Chiron, é preciso apenas ser  humano.

  • Ótimo
4

Resumo

Um dos favoritos ao Oscar, o filme estreia em 23 de fevereiro no Brasil, exibindo uma figura muito pessoal, mas ao mesmo tempo, universal da eterna caçada pelo descobrimento pessoal, aceitação e a solidão deste caminho. Ao ver “Moonlight”, não é preciso ser pobre, negro, traficante ou gay para entender a jornada de Chiron, é preciso apenas ser humano.