Crítica | Independence Day: O Ressurgimento é uma sci-fi de classe B com orçamento de uma sci-fi de classe A

poltrona-resurgence-posterLançado em 1996, Independence Day foi um longa escapista, ufanista e com excelentes efeitos visuais para a época. Um típico blockbuster para se distrair e, ponto. 20 anos depois, Roland Emmerich decide realizar a sequência depois de destruir os EUA por trocentas vezes, vide: Godzilla (1998), O Dia Depois de Amanhã (2004), 2012 (2009) entre outros. Com Independence Day: O Ressurgimento, surge uma nova ameaça alienígena, desta vez, mais grandiosa. E claro, o que o público espera de um filme do diretor é que haja mais destruições. Se é apenas isso que espera, não vai se decepcionar. Se deseja ver um algo a mais, é aí que o longa se complica.

É notável ver personagens queridos retornarem como o ex-presidente Whitmore (Bill Pullman), o cientista David Levinson (Jeff Goldblum) e o divertido Dr. Brakish Okun (Brent Spiner). Porém, a produção se vale apenas disso e dos efeitos visuais que, diga-se de passagem, não supera o original.

A sequência segue a mesma linha temporal de 20 anos com a humanidade superando o ataque dos alienígenas. Com o que sobrou da tecnologia alien, os militares passam a usá-la como armamento e proteção contra um possível novo ataque. Novamente em um dia 4 de julho, uma mensagem chega à chamada Rainha de uma raça alien, que decide invadir novamente a Terra com uma imensa nave. Resta ao cientista David Levinson buscar um novo meio de impedir que a humanidade seja novamente exterminada com a ajuda dos jovens Blake (Liam Hemsworth), Dylan Hiller (Jessie T. Usher) – enteado do Tenente Hiller (Will Smith), morto em serviço (já que o ator não retornou por questões orçamentais) – e Patricia Whitmore (Maika Monroe), a filha do ex-presidente.

O roteiro escrito inicialmente por Dean Devlin, e retocado por Nicolas Wright, James A. Woods, Roland Emmerich e James Vanderbilt é mais um exemplo que um texto reescrito por vários mãos pode se tornar uma bagunça. Para não virar essa bagunça, a previsibilidade e despretensão tomam conta. A plot é batida, se baseando apenas na nostalgia dos antigos personagens, que praticamente repetem as mesmas piadas de outrora.

A sequência inicial é o único momento eletrizante com Roland Emmerich fazendo o que sabe melhor: destruir os Estados Unidos. Contudo, todas as cenas de destruição por mais boas que sejam, ficam ao final a sensação de que apenas estão ali para se sobrepor à falta de história e preencher lacunas deixadas pelo roteiro ineficiente. Além do mais, o texto usa e abusa de ideais ufanistas, da importância de defender a nação contra o inimigo, discursos patrióticos e a bandeira americana sempre tremulando ao fundo.

No aspecto técnico, os efeitos visuais são pragmáticos, com exceção da cena do ataque alienígena, onde fica claro que 80% do orçamento foi utilizado ali. No mais, um CGI correto, que não compromete. Acompanhei o longa em IMAX e não acrescenta o que deveria. Recomendo a sessão em 2D.

As atuações seguem no piloto automático. Nem a presença da incrível Charlotte Gainsbourg (Ninfomaníaca), novidade neste filme, consegue se destacar. O elenco original (parte dele) esteve ali apenas para a nostalgia e se despedir. Tudo subaproveitado.

Ao final, Independence Day: O Ressurgimento é uma tentativa forçada de realizar uma franquia em algo que não tem potencial para tanto. Um grande orçamento da 20th Century Fox para uma produção classe A, desperdiçada em uma produção classe B. Contudo, há lampejos de entretenimento e o elenco jovem formado por Liam Hemsworth, Jessie T. Usher e Maika Monroe dão um novo frescor pelo carisma e competência quando estão em cena.

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Resumo

Ao final, Independence Day: O Ressurgimento é uma tentativa forçada de realizar uma franquia em algo que não tem potencial para tanto. Um grande orçamento da 20th Century Fox para uma produção classe A, desperdiçada em uma produção classe B. Contudo, há lampejos de entretenimento e o elenco jovem formado por Liam Hemsworth, Jessie T. Usher e Maika Monroe dão um novo frescor pelo carisma e competência quando estão em cena.

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