Crítica | Com o mesmo molde dos anteriores, Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar cumpre seu objetivo de divertir o público

Já estamos em 2017 e cá estamos nós indo ao cinema ver mais um filme da franquia Piratas do Caribe. 14 anos após o lançamento de A Maldição do Pérola Negra, a saga retorna as telas com A Vingança de Salazar, sem deixar de lado seus protagonistas presentes desde o início. Os fãs que acompanham a história desde o começo irão gostar e ficar satisfeitos com o que nos é apresentado durante as duas horas e meia de duração, e por mais que muitos já estejam relativamente cansados de Sparrow e seus amigos, sairão do cinema com um leve gostinho de “quero mais um”.

O formato de filme continua exatamente o mesmo, inclusive com a cena extra pós créditos iniciando uma possível continuação. A cada nova produção da franquia temos mais certeza de que o objetivo central de Piratas do Caribe deixou de ser apenas uma trama de ação, mas sim um emaranhando de aventura, comédia, fantasia e claro…piratas para todo o lado. A Vingança de Salazar nos faz matar a saudade de Will Turner (Orlando Bloom) e Elizabeth Swann (Keira Knightley), que estavam ausentes no último filme da franquia, mesmo que Knightley não tenha nenhuma fala e só apareça por cerca de 10 segundos. Além deles, outros rostos conhecidos apresentam-se ao longo da trama, como o Capitão Barbossa (Geoffrey Rush) e os fiéis Joshamee Gibbs (Kevin McNally) e Scrum (Stephen Graham). Dessa vez, entretanto, os protagonistas não são mais Bloom e Knightley, mas sim o filho do casal Henry (Brenton Thwaites) e a jovem Carina (Kaya Scodelario), além de Jack Sparrow (Johnny Depp), obviamente.

Divulgação / Disney

A nova história acompanha Henry em sua busca incansável por uma solução para a maldição de seu pai, condenado a viver para sempre como capitão do Holandês Voador; trama que foi iniciada no terceiro filme da saga: No Fim Do Mundo. A última esperança de Turner está nas mãos de ninguém menos do que Jack Sparrow, único pirata que pode encontrar o poderoso Tridente de Poseidon, um objeto mágico com poder de controlar todo o oceano e acabar com todas as maldições que nele reinam. Ao mesmo tempo conhecemos a história do personagem que dá nome ao filme, o Capitão Armando Salazar (Javier Bardem), um lendário caçador de piratas espanhol, preso como morto-vivo no Triângulo do Diabo. Após ser libertado, seu único objetivo é vingar-se (explicando o título) daquele que o transformou no monstro que é, além de destruir a vida de todos os outros piratas do mundo. Para isso ele busca o mesmo artefato procurado por Henry, resultando em uma caçada insana pelo Tridente e por Jack, seja pela Marinha Britânica ou por Salazar.

Divulgação / Disney

Depp repete as piadas e o estilo do velho capitão (velho mesmo, pois a idade chega até para Johnny Depp), mas ainda consegue agradar a quem sempre admirou seu trabalho. Ele ainda é o chamariz da franquia e exerce tal papel com muita facilidade. As atuações de Thwaites e Scodelario surpreenderam e se destacam dentre tantos outros membros da “velha guarda”, trazendo de volta o toque jovial que existia na primeira obra. Javier Bardem representa outro dos clichês da saga, ao viver um vilão monstruoso e temido em todos os sete mares, mas que só é mencionado no momento adequado para o filme ser produzido, assim como aconteceu com Davy Jones (Bill Nighy) nos lançamentos anteriores. O sotaque latino e o charme de Bardem – mesmo abominável ele ainda existe – são bem aproveitados, mas não o suficiente para torná-lo memorável.

A trilha sonora também marca presença com o belo trabalho de Hans Zimmer, e a música é ouvida em (praticamente) todas as grandes cenas de ação. Não espere um roteiro extremamente elaborado, pois ele não existe, mas os elementos que fizeram com que nos apaixonássemos por Piratas do Caribe existem e nos pegamos sorrindo ao assistir. A correria entre um momento e outro também está lá, e até mesmo Jack correndo, literalmente, sobre algo pode ser visto. Com situações frenéticas e até mesmo confusas com tanta informação, essa nova produção repete a fórmula e adiciona novos elementos necessários após quatro filmes extremamente semelhantes. Até mesmo o cantor Paul McCartney foi utilizado como atração e por mais que tenha sido curta, serviu para divertir o público, o que é o principal objetivo da franquia.

Divulgação / Disney
4

Ótimo

Com o mesmo molde de seus anteriores, Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar irá agradar a todos aqueles que acompanham sua franquia desde o começo. Trazendo de volta seu elenco tradicional e contando com adições importantes para o desenvolvimento da história, o novo filme pode não surpreender, mas está longe de decepcionar!

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